“O fazer artesanal para mim é aquele feito em pequena escala, no qual uma pessoa não necessariamente faz tudo à mão, mas está intimamente envolvida com o processo”. Assim define Kika Menin, criadora da Co.Lab, a primeira loja colaborativa de pequenos produtores de moda em Belo Horizonte, localizada na Savassi.
“Quando inauguramos, não existia esse tipo de negócio na cidade. Então, de certa forma, ajudamos a aquecer o mercado artesanal de moda em BH, pois, desde então, outras lojas colaborativas surgiram – embora muitas delas tenham fechado durante a pandemia”, reflete a empresária.
A loja reúne itens de 39 marcas artesanais de roupas e acessórios únicos, ou seja, são peças que dificilmente você vai ver incorporadas aos looks de outras pessoas. E isso só é possível graças à curadoria cuidadosa feita pela empresária.
“Atualmente, temos uma grande procura de marcas que querem expor seus produtos, mas, como a loja é muito pequenininha, não tenho como abraçar todo mundo. Então, geralmente escolhemos aquelas marcas que têm mais a ver com nosso público e não trabalhamos com produtores com peças concorrentes”, revela.
Lá você encontra camisas com estampas bem diferentonas, camisetas, saias, vestidos, macacões, meias coloridas e quimonos, até acessórios como anéis, colares e óculos escuros. Além de artigos de decoração, plantinhas e muitos outros itens cheios de estilo.
E o bacana é que a Co.Lab também atua como uma rede de apoio para os produtores parceiros. “Aqui conhecemos todos bem de perto. Criamos um grupo em que um sempre tenta ajudar o outro. Então, estamos sempre trocando contatos de mão de obra ou de fornecedores – uma vez que na pandemia os preços dos insumos subiram muito. O importante é que todo mundo possa crescer junto”, diz.
Unindo forças
A história da loja colaborativa começou quando Kika Menin voltou ao Brasil depois de um tempo morando no exterior e precisou encontrar outra fonte de renda.
“Naquela época, a mulher do meu pai tinha uma confecção de lingeries, que estava fechando. Como eu gostava muito desse produto, resolvi montar com ela um pequeno ateliê e nós começamos a fazer novos modelos e a vender para os amigos e pela internet”, lembra-se.
Como três outras amigas da empreendedora também tinham marcas artesanais, elas resolveram se juntar para vender os seus produtos. Assim, nasceu a Co.Lab, em julho de 2017, no edifício Maleta, no centro de BH.
E, para arcar com os custos do aluguel e outras despesas, as artesãs passaram a procurar nas redes sociais novos produtores que dialogassem com a marca.
Como o negócio cresceu rápido, Kika resolveu deixar a produção de lingeries e as sócias abriram uma nova sede na Savassi. No entanto, com a chegada da pandemia e a saída das outras sócias, ela precisou fechar o primeiro endereço e ficou apenas com a atual loja.
Hoje, os produtos também são vendidos pela internet, algo que só foi possível durante a pandemia. “Como o nosso estoque gira muito rápido, antes não conseguíamos nem colocar os produtos online que eles eram imediatamente vendidos. E, com essa nova realidade, vi a necessidade de criar a loja virtual, que ainda está no começo”.
Ao longo dessa trajetória, a empreendedora se orgulha de ter visto várias das marcas que passaram pela Co.Lab crescerem e trilharem caminhos próprios.
“Acho que hoje as pessoas passaram a valorizar mais os produtos artesanais. Elas gostam de saber quem fez aquela peça e de onde veio. E aqui na loja nós percebemos que os clientes têm muito interesse por isso. Costumamos conversar bastante sobre o trabalho artesanal e sobre os produtores que trabalham conosco. É bem bacana”, conclui.