Muta une afeto e ancestralidade ao criar peças de crochê e tricô confortáveis e cheias de estilo

Porto Alegre

Muta une afeto e ancestralidade ao criar peças de crochê e tricô confortáveis e cheias de estilo

Artesanal Design Decoração

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Muta une afeto e ancestralidade ao criar peças de crochê e tricô confortáveis e cheias de estilo

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Pequena marca artesanal gaúcha aposta no upcycle para ressignificar o fio de malha, um material que seria descartado pela indústria têxtil

Publieditorial

Quando o assunto é tricô e crochê, logo pensamos nas nossas avós, que faziam aquela malha de lã quentinha para nos aquecermos no frio do inverno. Trazer todo esse afeto e as técnicas passadas de geração para geração nas famílias é a missão da Muta, uma marca artesanal gaúcha de acessórios para a casa.

E justamente essa figura amorosa das avós – já que a palavra “muta” significa “vozinha” em pomerano – foi escolhida pela artesã e historiadora Kate Schneider para representar o seu pequeno negócio, que tomou forma no começo da pandemia. Antes disso, ela já divulgava seu trabalho artesanal nas redes sociais, mas não vendia o que produzia.

A artesã e historiadora Kate Schneider ao lado de suas criações para a Muta
A artesã e historiadora Kate Schneider ao lado de suas criações para a Muta - Rafael Rodrigues | Divulgação
Catraca Livre e Eisenbahn uniram forças para criar o Guia Artesanal, um roteiro que valoriza um estilo de vida calcado no fazer, com atenção e paixão em cada detalhe.

O que mais a motiva e emociona é poder contar histórias de afeto por meio de técnicas e saberes ancestrais. “Tive a sorte de nascer em uma família de mulheres fortes e generosas, que me ensinaram técnicas lindas. Cada peça carrega em cada ponto um conselho, um carinho e uma memória”, reforça.

O fazer artesanal, para a empreendedora, é capaz de gerar e transmitir essa afetividade, porque está relacionado ao emprego do tempo, ao cuidado minucioso e à dedicação para produzir cada peça. E é isso que torna esse trabalho tão único e cheio de valor.

“Em um mundo multitarefas, saber que alguém fez alguma coisa sem dividir o tempo com mais nada, com mais ninguém, é muito especial. É impossível não relacionar o crochê e o tricô com aconchego. Não só pelo calor e pela maciez dos fios, mas porque sabemos do tempo investido para tecer”, acrescenta.

Para fazer os cachepôs, almofadas, mantas e demais objetos da Muta, Kate usa como matéria prima o fio de malha, que é um resíduo da indústria têxtil e, por meio do upcycle, ganha novos significados, cores e texturas
Para fazer os cachepôs, almofadas, mantas e demais objetos da Muta, Kate usa como matéria prima o fio de malha, que é um resíduo da indústria têxtil e, por meio do upcycle, ganha novos significados, cores e texturas - Rafael Rodrigues | Divulgação

Tricotando histórias

Para traduzir todo esse estilo e personalidade nas almofadas, cachepôs, puffs, mantas, cestos, tapetes e objetos produzidos pela Muta, Kate tem todo um carinho especial com a escolha dos materiais. O principal deles é o fio de malha, que é um resíduo da indústria têxtil e, por meio do upcycle, ganha novos significados, cores e texturas.

“Algumas marcas já produzem e vendem esse material para artesanato, mas continuamos usando o fio de malha residual. Além da preocupação com a sustentabilidade, garimpar as texturas, as estampas, os diferentes fios, tudo isso faz parte do processo criativo e me enche de inspiração, além de tornar as peças economicamente mais acessíveis”, revela.

O tempo para confeccionar cada peça varia bastante, sobretudo de acordo com o tamanho e o tipo de trama, podendo chegar a até oito dias.

E a artesã explora diferentes técnicas, dos pontos menores aos maiores, dos mais fechadinhos aos mais abertos, com fios mais finos ou mais grossos. Mas tudo é sempre feito com muito bom gosto.

O tempo para confeccionar cada peça varia bastante, sobretudo de acordo com o tamanho e o tipo de trama, podendo chegar a até oito dias
O tempo para confeccionar cada peça varia bastante, sobretudo de acordo com o tamanho e o tipo de trama, podendo chegar a até oito dias - Rafael Rodrigues | Divulgação

Kate, que também dá aulas de História na rede pública do Rio Grande do Sul, trabalha sozinha na Muta, mas deseja criar um coletivo de artesãs assim que a demanda por seus produtos aumentar.

“Quero uma ciranda de mulheres para tecer os fios e as histórias juntas. Acompanho de perto a jornada das mães que lutam para criar seus filhos sem suporte, sem auxílio. Seria incrível inseri-las na produção das peças”, sonha.


 

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