Escritor premiado, Ferréz é autor de livros como “Capão Pecado” (2000), “Cronista de Um Tempo Ruim” (2009), “Os ricos também morrem” (2015), entre muitas outras obras conhecidas da “literatura marginal”. Mas, além de seu lado romancista, Ferréz sempre foi um colecionador apaixonado por toys, como são conhecidos diversos brinquedos e miniaturas colecionáveis.
Foi essa paixão que fez com que o escritor criasse a Porcovelha, uma marca artesanal de toys inspirados em personagens brasileiros. “Eu sempre escolho os personagens nacionais porque eu acho que já tem […] super-herói americano demais por aí”, explica o artesão.
Graças à marca artesanal, os colecionadores têm acesso a personagens do quadrinista Lourenço Mutarelli ou até mesmo a bonecos do irreverente João Gordo. “Eu sempre escolho os personagens pelo meu gosto pessoal, porque a Porcovelha tem muito a ver com o que eu gosto. Então, primeiro eu tenho que ter os gibis, a camiseta, eu tenho que gostar do personagem. E depois o autor ou autora tem que ser gente boa também.”
Diferente de outras marcas nacionais que trabalham com resina e outros materiais, a Porcovelha resolveu criar seus personagens colecionáveis usando o vinil como matéria prima. De acordo com Ferréz, a indústria tinha como regra trabalhar com tiragens iniciais acima de cinco mil peças para um único toy. Algo, que muitas vezes, impedia que pequenas marcas conseguissem trabalhar com tiragens voltadas para colecionadores. “Quando a gente consegue trazer essa tiragem para uma menor escala […] não é preciso esperar que cinco mil pessoas gostem de um personagem. Com 100 pessoas eu já consigo desenvolver o boneco.”
Para o escritor e empreendedor, além da Porcovelha surgir com o papel de ajudar a desenvolver esse mercado de colecionáveis nacional, ela também tem um relação de proximidade e carinho com o que vende. “Para mim, sempre foi uma questão de você ter acesso a algo exclusivo, que foi feito naquele tempo, com o endosso do artista. Vai um autógrafo junto”, reflete.