Com cores bem vivas, tipografias estilosas e desenhos retrô, os prints da marca Quintal, comandada pelo designer gráfico Marcelo Rodrigues, são capazes de trazer mais personalidade para sua casa ou seu escritório. E certamente saltam aos olhos de quem circula por esses ambientes.
O artista combina técnicas bem artesanais, como os carimbos e a risografia, um método de impressão feito com máquinas RISO. Esta copiadora antiga japonesa funciona com princípios da serigrafia e é usada intencionalmente para produzir texturas e “irregularidades de registro”.
A técnica quase artesanal, de acordo com Rodrigues, usa cores bem marcantes, com tintas sem solventes e atóxicas, à base de óleo de soja e água. “Diferente da impressão digital, a risografia me permite sobrepor tons, chegando a resultados muito bonitos e com minúsculas diferenças de uma cópia para outra, o que acho muito interessante”, complementa.
O designer ainda conta que sua maior inspiração para criar essas obras estilosas geralmente vem do dia a dia. “Tento observar elementos e situações do nosso cotidiano, seja de forma mais poética ou rindo de um meme nacional. Trago elementos locais do Brasil, que têm toda essa riqueza visual e bom humor”.
Os quadrinhos da Quintal carregam jogos de palavras e frases saborosas, como “O amor é brega”, “Vivo entregue ao acaso pra ter certeza de que o destino será surpreendente”, “Todo dia eu acordo com olhos novos”, “Acabou o café e foi aí que meu mundo caiu”, e por aí vai.
Em seguida, o artesão define a superfície que será impressa – costuma usar papel ou bandeira em tecido. “Desenho pelo computador tudo o que pensei, escrevo algumas frases ou fotografo – dependendo do projeto. Tenho sempre em mente a identidade da minha marca. Tomo conta de todo o processo, então, faço questão de que ele seja feito com cuidado e carinho”, descreve.
Arte para desacelerar
O trabalho manual funciona para Marcelo Rodrigues como uma forma de “desacelerar” a rotina turbulenta de sua profissão. “Depois de passar por uma sequência de crises de ansiedade por conta do meu trabalho, encontrei na criação de peças gráficas autorais uma fonte de renda e de expressão artística. O processo todo é bem terapêutico, porque exige uma atenção e cuidado para não errar”, filosofa.
Quando a Quintal surgiu, em 2018, logo que foi participar de sua primeira feira, o artista lembrou-se de carimbos que comprou em uma viagem e estavam sem utilidade há bastante tempo. Ele decidiu carimbar algumas frases bem-humoradas nas artes. E, dessa maneira, nasceu o espírito e a identidade que tornam a marca tão única.
“O processo artesanal, além de ser prazeroso para mim, resulta em um trabalho único para o público. A história que um produto carrega, desde a minha ideia inicial até a casa de alguém que usufrui das minhas criações para decorar, presentear ou simplesmente comentar a respeito, é incrível! Acredito que nada desenvolvido de maneira imediata tem a mesma força e valor”, reflete.