Já pensou se você pudesse montar uma mochila do jeitinho que você quer? Essa é a proposta da HolyFancy, marca artesanal que une versatilidade e sustentabilidade em peças atemporais, altamente personalizáveis e resistentes.
O brasileiro Jeff Araujo e a suíça La Chanh Nguyen uniram suas expertises para criar a mochila perfeita. Depois, a dupla se juntou a Lucas Ramon, que entrou nesse time como COO e Gerente de Novos Negócios. “Queríamos algo que se adequasse tanto à vida urbana quanto a uma viagem mais rápida”, revela Jeff Araujo.
“Então, passamos 18 meses pesquisando e fazendo testes, até desenvolvermos um protótipo embasado em ergonomia, ou seja, que se adaptasse às reais necessidades das pessoas, proporcionando o máximo de conforto, segurança e eficiência”, lembra o sócio e designer de produto.
Com isso em mente, nasceu o conceito da marca. “Você pode ter uma mochila e várias bolsinhas acopláveis, por dentro e por fora. E, dependendo de como vai ser sua rotina, você sai com acessórios diferentes. Além disso, as alças são desenhadas seguindo as premissas de colete cervical, para consertar a postura. Os bolsos são antifurtos. O laptop fica em um compartimento separado, que também pode ser usado para carregar roupa passada”, acrescenta.
Para os sócios, o grande objetivo da HolyFancy é tornar a vida mais organizada, mesmo dentro de casa, pois as pessoas podem usar os acessórios e compartimentos plugáveis da própria mochila para guardar seus pertences no armário. E, quando precisarem dos itens, basta escolher quais querem levar e acoplá-los no produto.
“Se você tem que levar sua câmera fotográfica para a rua, basta plugar a bolsinha com ela dentro da mochila. Ou, se você tem que passar o fim de semana fora, é só pegar o estojo com cuecas e meias e partir para a viagem”, exemplifica o empresário.
O primeiro modelo chegou ao mercado globalmente em 2016, por meio de um crowdfunding hospedado na plataforma Kickstarter. E os números iniciais da marca impressionam: foram vendidas mais de 1200 mochilas para mais de 15 países.
O meio ambiente agradece
Jeff e La Chanh também se preocupam com o futuro do planeta, por isso fizeram questão de encontrar matérias-primas que não degradassem a natureza. Foi difícil, mas a dupla descobriu que o Brasil possui esse tipo de insumo em abundância.
“Hoje, temos uma plataforma que desenvolve esses materiais, como couro de maçã e biotecido de folha. Além disso, utilizamos fibra de garrafa pet, saco plástico, plástico bolha, lona de caminhão, pipa de kitesurf e até vela de barco”, relata o empreendedor.
A transformação de cada um desses itens é quase mágica. A união de uma garrafa pet com algodão, por exemplo, vira uma malha de tecido. Ao mesmo tempo, a câmara de pneu de caminhão, que é um polímero impossível de ser reciclado, é higienizada, cortada em formato triangular e ganha uma importante função nas mochilas da marca: unir as diferentes partes do tecido com o zíper, substituindo materiais como couro.
E, em termos de concepção das mochilas e acessórios, Jeff e La Chanh buscam soluções para problemas reais, suprindo necessidades muito bem mapeadas. A dupla faz vários desenhos e esquetes até partir para a modelagem 3D e a prototipagem manual. Depois de tantas reflexões, acontecem os testes de uso para a correção de imperfeições. Tudo é feito com muito cuidado.
Mas esse processo só é possível graças à combinação de forças bem diferentes: as cooperativas de coleta de insumos recicláveis, um time de artesãos de primeira para confeccionar os produtos e empresas de tecnologia responsáveis por desenvolver novos materiais sustentáveis.
Ao trabalhar dessa maneira, a HolyFancy também contribui para a criação de uma cadeia produtiva saudável, não subordinada à lógica imediatista do mercado e da moda. “Lançamos peças únicas e feitas com calma por indivíduos que não estão sendo estrangulados por uma agenda insana que alguém impôs”, defende Araujo.
Da mesma forma, os clientes não ficam reféns de modismos e de uma certa obsolescência programada. Os consumidores não precisam trocar de mochila a todo momento. Por adquirirem uma peça durável, as pessoas podem simplesmente aprimorá-la com novos acessórios de acordo com seus desejos. Assim, evita-se o descarte e o acúmulo de lixo no meio ambiente.