Por quase 90 anos, entre o final da década de 1920 até 2009, o Complexo Arquitetônico Vila Flores foi utilizado para fins residenciais e comerciais. Mas a partir 2011, o espaço passou a viver uma transformação pra lá de surpreendente!
O Vila Flores vem se tornando abrigo de atividades socioculturais, além de ser um ambiente de aprendizado, com espaço de trabalho de artistas, empreendedores criativos e artesãos. E toda essa diversidade de soluções e escolhas estéticas fez com que o lugar ganhasse uma nova identidade, repleta de afeto.
A designer Marina Anderle Giongo é uma destas pessoas. Presente no Vila Flores há mais de quatro anos com a CÓS – Costura Consciente, marca de qual é sócia, ela relembra como estar no espaço é quase como a realização de um sonho. “Eu já conhecia o Vila Flores de frequentar eventos e sempre foi um lugar um pouco mágico e místico pra mim, de estar na cidade e entrar quase como se fosse num portal. Eu conheci [o espaço] em 2016 e entrei aqui em 2018, e fazer parte do Vila Flores parecia um pouco um sonho assim.”
A vila está instalada em uma antiga zona industrial construída nos anos de 1920, onde já existiam vários tipos de ofícios manuais e artesanais. Atualmente, o espaço tem a missão de dar visibilidade para pessoas que trabalham com criatividade, educação, arquitetura e urbanismo e empreendedorismo.
“O Vila Flores, apesar de ser um espaço privado, se propõe a ser um lugar de convívio, de relação com a cidade e de utilidade pública. (…) Se propõe a cultivar e preservar esses fazeres artesanais através das pessoas que vêm trabalhar aqui e através de uma troca muito intensa de saberes”, relata a educadora e artista visual Antonia Wallig, gestora cultural do espaço.
Para a artista, uma das coisas que tornam a vila tão importante para a cidade de Porto Alegre e também para o território onde ela está inserida é a possibilidade de tornar possível entender processos que levam as pessoas a ter um produto ou um serviço acontecendo. “A gente consegue tomar um café numa xícara de cerâmica e entender de onde ela partiu. Desde o barro, até as mãos que fizeram ela chegar até aquela forma.”
“Quando a gente entende um processo de produção, a gente consegue consegue valorizar isso. Porque a gente perdeu muito essa valorização do trabalho. Então, aqui no Vila Flores a gente procura colocar muito afeto no que a gente faz pra que isso seja muito valorizado”, conclui.