Fotos feitas para tratar demência desafiam gentilmente o cérebro
Um escorregador e o pescoço de um flamingo. Um lêmure e uma imagem do pintor Van Gogh. Uma morsa e um cacho de bananas. Os pares de imagens da nova série fotográfica de Laurence Aëgerter são totalmente inesperados e criam conexões sutis. A intenção é ajudar pessoas com demência a exercitar seus cérebros.
Aëgerter trabalhou com especialistas em neurologia e gerontologia ao longo de um ano e meio para desenvolver livros de tratamento terapêutico. Frequentou casas de repouso na Holanda, onde se situa atualmente, e, agora, compartilha o material com pacientes.
Publicado por Dewi Lewis, “Photographic Treatment” compreende cinco livros finos com 30 pares de imagens cada um. Aëgerter obteve a grande maioria deles on-line e fotografou cerca de um décimo para preencher as lacunas que sentia que faltavam.
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As imagens mostram pinturas famosas, monumentos, animais, comida ou indivíduos sorridentes. Aëgerter estava principalmente preocupado em encontrar imagens que estimulassem uma reação positiva no espectador.
Como muitas atividades destinadas a envolver pacientes com demência, é mais eficiente olhar para “Photographic Treatment” em duas ou mais pessoas. Mas, ao contrário dos jogos de cartas, quebra-cabeças, livros para colorir e outros elementos, os livros de fotos não possuem um sistema de “certo e errado”. Em vez disso, eles promovem a associação gratuita.
A ideia é levar os pacientes a compartilhar seus pensamentos sobre as imagens e emparelhamentos, dando-lhes oportunidades para pensar de forma criativa. Em vez de fazer perguntas, os cuidadores dizem coisas como: “Eu não esperava isso!” ou “Isso é curioso!” para incentivar a expressão.
“É realmente um gatilho para a fantasia deles, porque seu mundo se torna pequeno neste ambiente de atendimento –muito protegido, sem qualquer surpresa e totalmente aborrecido”, disse Aëgerter ao Hyperallergic. “As pessoas às vezes são tratadas como crianças. Eu pensei: ‘E quanto a desencadear a mente, mas de uma forma menos confrontada?’ Este projeto realmente deixa as pessoas com seu próprio valor. Não há questionário e não há vergonha.”
Leia a reportagem completa no Hyperallergic