Universitárias criam tabela periódica para cegos
Peça seca, sendo retirada do molde sem acabamento[/img]
“Ambos serão confeccionados em resina cristal, que permite rápida secagem, leveza do material, resistência e boa apresentação do relevo braille”, afirma Marcos Freitas de Moraes, professor que orienta as estudantes Anna Caroline Rodmann, Bruna Rafaella dos Santos, Letícia Costa Curta, Ligiany Passos, Karolina Royer e Paula Nogueira. Já existem várias tabelas impressas através das impressoras braille.
O maior problema é que o tamanho da página é muito grande, e a quantidade de folhas, também. Com o passar do tempo, de tanto manipular o material, o relevo começa a amassar, deixando uma lacuna na informação. “Com o material resinado e em forma de placas, o aluno somente manipulará o grupo indicado na distribuição eletrônica ou o que lhe interessar estudar, sem se preocupar com a pressão do seu tato”, explica o professor.
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Uma aluna com deficiência visual do Centro Estadual de Educação Básica de Jovens e Adultos (Ceebja) de Toledo (PR) já está testando o material eletrônico. A tabela periódica está em fase de montagem das peças, que foram moldadas em silicone. Oito alunos da rede pública devem ser monitorados pelo projeto.
“Alunos que precisam de uma atenção especial muitas vezes deixam de aprender por falta de materiais didáticos”, diz Moraes. “Sou professor de matemática e trabalho com um material chamado Multiplano, para cegos.
Nos colégios que possuem essa ferramenta, os alunos têm uma grande facilidade para entender a potenciação. O mesmo não acontece nas que não a possuem.”
“Ensino da Química: a Distribuição Eletrônica e a Tabela Periódica para Alunos com Deficiência Visual” venceu o edital de apoio à pesquisa do Parque Tecnológico Itaipu, recebendo um aporte de R$ 72.980 para o pagamento de cinco bolsas de iniciação científica e a aquisição de materiais para a construção do protótipo.
A proposta surgiu durante um curso sobre inclusão oferecido pelo Programa Institucional de Ações Relativas a Pessoas com Necessidades Especiais (PEE) no campus de Cascavel da Unioeste.
“A universidade é feita para a comunidade”, pontua Moraes. “Tenho certeza que a satisfação de saber que um aluno aprendeu algo sobre a tabela periódica através do material desenvolvido por elas é gratificante, sem dúvida nenhuma. Isto é permitir a verdadeira inclusão social.”
Por QSocial