Uso de esteroides altera nível de hormônio da tireoide
Estudo desenvolvido por pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) sugere que o tratamento com o esteroide anabolizante altera os hormônios da tireoide e o metabolismo da glicose, como resistência insulínica e alterações nas vias de produção de glicose no jejum.
De acordo com reportagem da Agência Brasil, dois estudos demonstram que a utilização crônica de esteroide anabolizante pode levar a alterações dos hormônios do organismo que acarretam modificações importantes nas taxas de glicemia, colesterol e triglicerídeos, impactando negativamente na saúde dos indivíduos que fazem uso dessas substâncias.
A comprovação das implicações que o uso dos esteroides e dos impactos que podem causar no organismo é considerada pelos pesquisadores como de fundamental importância para a conscientização da população e para profissionais da área de saúde, incluindo professores de educação física, sobre os efeitos colaterais relacionados à utilização de anabolizantes.
Para o coordenador do estudo, Rodrigo Fortunato, “é muito importante que esses profissionais estejam bem informados para poderem esclarecer o público sobre o tema, exercendo, assim, seu papel de promotores de saúde e bem-estar da população”. Fortunato coordena a pesquisa junto com o aluno de mestrado Luiz Fernando Fonteboa.
Os pesquisadores da UFRJ também concluíram que a utilização de doses elevadas de anabolizantes aumenta a produção de radicais livres em tecidos como fígado, rins e coração.
As duas pesquisas em andamento estão sendo feitas com praticantes de musculação que relataram o uso de esteroides. Estão sendo avaliadas a produção e detoxificação de radicais livres no sangue e suas consequências fisiológicas, a relação entre hipertensão arterial e o sistema renina angiotensina, sistema hormonal relacionado ao controle da pressão arterial, além de marcadores inflamatórios.
Esteroides anabolizantes
Os esteroides anabolizantes (EAA) são compostos sintéticos derivados da testosterona, cuja ação fisiológica desenvolve efeitos divididos em duas categorias principais: os androgênicos e os anabólicos.
A primeira categoria diz respeito à função reprodutora e manutenção das características sexuais masculinas, enquanto a segunda sobre a estimulação do crescimento e maturação dos tecidos não-reprodutores, entre eles os tecidos muscular e ósseo.
No início dos anos 50, fisiculturistas e halterofilistas começaram a utilizar os EAA para melhorar a aparência física e o rendimento atlético. Sua utilização, no entanto, vem aumentando em larga escala desde a década de 70, se disseminando também entre praticantes de outras modalidades esportivas e de exercícios recreacionais.
Via Agência Brasil