Projeto traz ‘doenças invisíveis’ como depressão em tatoos temporárias

19/05/2016 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 19:58

Por três meses, a artista plástica Arianna Warner entrou em estúdios de tatuagem em busca de pessoas com doenças invisíveis, como dor crônica e diabetes. A ideia é que eles retratassem suas deficiências em tatuagens temporárias.

Assim nasceu o Ink Visible, um grupo de cinco tatuadores da cidade americana de Portland, que conta suas histórias com imagens na pele. Os artistas Kimber Teatro, Aubrey Hight, Tanya Magdalena, Lindsay Carter e Trevor Ward falam um pouco de suas experiências de vida com doenças mentais e bruxismo por meio das imagens.

A tatoo de Aubrey sobre depressão
A tatoo de Aubrey sobre depressão

Segundo Arianna, existem suposições de como uma deficiência deve ser e, se não se enquadra em nenhum estereótipo, ela se torna irrelevante. Isso permitiria conversar mais abertamente sobre a deficiência.

Tatoo de Lindsay sobre transtorno de ansiedade generalizada e depressão
Tatoo de Lindsay sobre transtorno de ansiedade generalizada e depressão

A fundadora do grupo foi diagnosticada em 2007 com distrofia simpático-reflexa, uma doença crônica que provoca dor intensa. Ela própria não tem tatuagem porque poderia agravar o quadro.

Tatuagem temporária de projeto que evidencia "doenças invisíveis", como bruxismo e depressão
Tatuagem temporária de projeto que evidencia “doenças invisíveis”, como bruxismo e depressão

“[Desde o diagnóstico,] tem sido difícil para as pessoas entenderem ou mesmo falarem sobre a doença”, diz ela, no vídeo que apresentou o projeto no Kickstarter, uma plataforma de arrecadação de recursos. A meta foi atingida neste mês, com US$ 6.016.

A tatoo de Trevor sobre diabetes
A tatoo de Trevor sobre diabetes

No site do Ink Visible, eles vendem a tatuagem temporária acompanhada de um marcador de livros com uma breve história da pessoa e da doença. O projeto também é divulgado em eventos, nos quais as tatoos são distribuídas gratuitamente.

A tatoo de Tanya sobre bruxismo
A tatoo de Tanya sobre bruxismo

Aubrey Hight, por exemplo, conta que boa parte da vida tem sido afetada pela depressão. “É uma batalha constante”, afirma ela, que diz se sentir “fora do corpo, sozinha e sem esperança”.

A proposta é levar o projeto para outras cidades dos Estados Unidos.

Por QSocial