Tel Aviv transforma aterro sanitário em ecoparque
O maior aterro sanitário de Israel passou por uma forte remodelação que fez a montanha de lixo se transformar em um parque ecológico de 809 hectares, três vezes mais que o Central Park, em Nova York (EUA).
O parque, que inclui uma estação de reciclagem de 60 hectares, tem trilhas de caminhada e ciclovias, lagos e equipamentos para atividades esportivas. Em breve o local também abrigará um anfiteatro com 50.000 lugares, será um dos maiores espaços de shows do país.
O biogás do aterro, que antes era um poluente tóxico, agora está sendo reutilizado como energia verde.
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A remodelagem, iniciada em 2001, provou beneficiar tanto o ambiente em torno quanto visitantes. A empreitada não foi nada simples devido à grande quantidade de lixo que tinha de ser tratada.
De acordo com Shay Levi, chefe do departamento de planejamento ambiental do Parque Ariel Sharon (antes conhecido como Hiriya), em seu pico, em 1998, o parque recebia 3.000 toneladas de lixo por dia.
“Havia lixo suficiente nesta montanha para encher 25 vezes as torres do Azrieli Center”, disse Levi ao site NoCamels, referindo-se aos três famosos arranha-céus de Tel Aviv. O aterro funcionou de 1952 a 1999, acumulando um total de 450.000 metros quadrados de lixo.
Além de sua beleza natural e da magnífica vista de Tel Aviv, o Monte Hiriya funciona como área de recreação para as famílias. O parque, aberto ao público em julho do ano passado, tornou-se popular nos últimos meses. Ele oferece visitas guiadas, além de atividades de reciclagem educativas para as crianças. Nos fins de semana e feriados, o parque recebe em média 1.000 visitantes por dia.
Centro de reciclagem
Próximo ao parque, ficam um centro de reciclagem e uma estação de transferência. Todo dia, cerca de 800 caminhões depositam 3.000 toneladas de lixo doméstico e restos de poda de jardins na estação de reciclagem. E outros 400 caminhões trazem cerca de 1.500 toneladas de lixo de construção de 18 municípios da região.
O uso excessivo do aterro Hiriya, devido à rápida urbanização de Tel Aviv e da região metropolitana, criou problemas de drenagem e contaminação das correntes de água, além de aumentar o biogás tóxico.
Agora, o biogás não apenas está sendo tratado, mas também está sendo enviado a uma cidade próxima para uso como energia verde. Esse gás estava aprisionado entre camadas de lixo. Para reduzir a formação de gás decorrente de anos de acúmulo, 80 poços foram perfurados na montanha para bombear o gás –e enviá-lo à cidade de Azor, onde é transformado em energia verde.
Outra inovação é a utilização da água da chuva para hidratar o solo por meio de um aquífero artificial construído pela equipe do parque dentro da montanha, permitindo o ressurgimento da vegetação natural. Através de várias camadas protetoras, a equipe criou um corpo de água limpo e sem poluentes que é usado para irrigar o parque, em um processo que Levi chama de “restauração ecológica”.
O parque continuará se expandindo até 2020, com a previsão de mais atrações recreativas e turísticas. Esse novo “pulmão verde” do centro de Israel oferecerá muitos observatórios, com vista panorâmica da linha do horizonte em Tel Aviv, além de lojas e atividades a serem abrigadas pelo parque no futuro.
Via NoCamels