Empresário planta 18 mil árvores e cria 1º parque linear de SP

29/09/2014 00:00 / Atualizado em 06/05/2020 17:11

Dizem que há três coisas que um homem deveria fazer na sua vida: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. O empresário Hélio Silva, 63 anos, foi um pouco além: plantou 17.685 árvores, teve 3 filhos (e 2 netos) e já escreveu 49 páginas de um livro para inspirar as pessoas a cuidarem do planeta.

Foi caminhando por uma área degradada na avenida Carvalho Pinto, na Penha, zona leste de São Paulo, em 2003, que ele teve a ideia de transformar o local “na maior UBS [Unidade Básica de Saúde] a céu aberto da cidade”. As primeiras 500 mudas plantadas foram destruídas. “De cada 10 que eu plantava, arrancavam 8”, conta.

 
 

Mas ele persistiu e, 5.000 árvores plantadas e 40 meses depois, a prefeitura transformou o Tiquatira no primeiro parque linear (ao longo de rios) da cidade, levando para o local equipamentos de lazer e banheiros. Com mais de 170 espécies nativas da mata Atlântica, deve se tornar um dos maiores em biodiversidade.

São jequitibás, jatobás, paus-brasil, eritrinas, aroeiras, canelas, goiabas, amoras, ingás… “Conheço uma por uma e sei exatamente o dia em que foram plantadas”, afirma Hélio. Para atrair a fauna, a cada 12 árvores que ele planta, 1 é frutífera. E deu certo: vieram sabiás, sanhaços, saíras, tico-ticos, gaviões, papagaios. “De vez em quando é uma sinfonia só”, conta.

Faça chuva ou faça sol, diariamente Hélio está no parque, ou cuidando das árvores (fazendo covas, adubando, plantando, podando) ou caminhando. “É meu Lexotan natural”, brinca. “Agradeço, converso, pergunto como foi o dia ou a noite delas. E, por incrível que pareça, tenho todas as respostas.”

O dinheiro gasto comprando mudas e adubo, de R$ 1.000 a R$ 3.000 mensais, ele considera o maior investimento da sua vida. “O Tiquatira é meu patrimônio maior, que divido com todos. Dividir é muito melhor que somar para si mesmo”, pontua. E compara: “Ter uma árvore é muitíssimo parecido com ter um filho, mas os filhos são nossos, e as árvores, do coletivo”.

E o que ele planeja para o futuro? “Já combinei com Deus que vou até os 87 anos e ainda vou plantar de 40 mil a 50 mil árvores. Tenho projetos interessantes a serem desenvolvidos para a comunidade, para o bairro, para a cidade, para o Brasil, para o planeta, para a vida.”

Por QSocial

*Este texto faz parte do projeto ‘Geração Experiência‘, que tem como objetivo mostrar histórias de pessoas mais velhas que não param de fazer experiências após os 60 anos.