Projeto de escola no Tocantins é eleito o melhor do mundo

06/03/2018 00:00 / Atualizado em 02/05/2019 20:19

A escola da Fazenda Canuanã, na zona rural de Formoso do Araguaia, no Tocantins, acabou de receber o prêmio de Melhor Edifício de Arquitetura Educacional do mundo, da Building Of The Year.

Projeto de escola no Tocantins é eleito o melhor do mundo
Projeto de escola no Tocantins é eleito o melhor do mundo

No total, 780 alunos de 7 aos 17 anos vivem na escola, onde estudam, brincam, comem e dormem. O local, a 320 km de Palmas (TO), foi inaugurado há 44 anos.

O regime de internato é empregado para acolher alunos de localidades ainda mais afastadas, conforme informações do Estadão. A construção das Moradias Infantis, um novo alojamento para os alunos, foi a parte do projeto que recebeu a premiação.

O projeto é do Instituto A Gente Transforma, do designer Marcelo Rosenbaum, em conjunto com Aleph Zero Arquitetura. O colégio é mantido pela Fundação Bradesco.

Projeto de escola no Tocantins é eleito o melhor do mundo
Projeto de escola no Tocantins é eleito o melhor do mundo

A escola queria proporcionar um ambiente com mais individualidade e privacidade para os estudantes, já que se dividiam em quartos com 20 beliches. “Nossa responsabilidade nesse projeto era fazer com que essas crianças não tivessem mais a sensação de que dormiam na escola”, disse Rosenbaum. “Tudo o que fizemos foi pensado para garantir a essas crianças a sua intimidade e privacidade.”

O projeto começou ouvindo os estudantes. Eles tinham um pedido simples: que a morada fosse fresca –o colégio fica em uma região onde as temperaturas podem chegar a 38°C no verão.

Projeto de escola no Tocantins é eleito o melhor do mundo
Projeto de escola no Tocantins é eleito o melhor do mundo

Os responsáveis pelo projeto também visitaram as casas das famílias para mapear elementos com potencial de gerar identificação. “Visitamos populações ribeirinhas, caboclas e indígenas para fazer esse levantamento visual e cultural”, lembrou o arquiteto Pedro Duschenes.

Os quartos passaram a receber apenas seis crianças e foram divididos em dois pavilhões, um feminino e outro masculino. A construção usou painéis de palha trançada, tijolos de solocimento, chão de cimento queimado e madeira laminada. Cada criança tem o próprio gavetão para guardar suas coisas, além de um abajur e um espelho –para que possam enxergar e valorizar sua individualidade.

De acordo com Ricardo Figueiredo, diretor da escola, as mudanças foram sentidas rapidamente a partir da entrega dos quartos, no início de 2017. “[Os alunos ] estão muito mais tranquilos, passaram a valorizar o silêncio, cuidam muito da estrutura. Para muitas dessas crianças, é a primeira vez que eles têm um quarto, já que a maioria mora com os pais em casas de apenas um cômodo.”

Leia a reportagem completa no Estadão