Brasileira cria sistema de manicure com broca de dentista
Uma brasileira desenvolveu uma técnica de manicure que dispensa o tradicional alicate. No lugar dele, é usada uma espécie de broca usada por dentistas para remover cáries.
O aparelho é colocado sobre a cutícula e retira o excesso de pele sem machucar ou danificar a unha. Depois de utilizada para lixar, a ponta diamantada é descartada.
A ideia surgiu quando a empreendedora Luzia Costa, 36 anos, levou a filha ao dentista. Fazia dois anos que ela buscava algo inovador em manicure. “Não queria nada tradicional.”
“Cheguei a testar cortador, alicate diferente e substâncias com princípio ativos mais emolientes, que pudessem ‘dissolver’ a cutícula”, lembra. Nada deu o resultado que esperava.
Ao ver a broca mais fina em ação, no consultório de odontologia, pediu um exemplar. Levou para casa e adaptou um motorzinho. “Fiz testes em pessoas e vi que funcionou.”
Há um mês, ela abriu uma loja em Taubaté, interior de São Paulo, e batizou o serviço de “cuticularia”. O serviço nas mãos custa R$ 25; nos pés, R$ 35.
“Para minha surpresa, muitas pessoas têm medo do alicate”, destaca Luzia. Há quem também não goste que a cutícula seja totalmente retirada, acrescenta.
O processo é quase o mesmo: o esmalte é retirado, a mão é hidratada, e as pontas das unhas são lixadas. Depois, a manicure usa a broca. Aí vem a esmaltação.
Segundo ela, uma das vantagens do novo método é a segurança: todos os materiais são descartáveis, incluindo a broca. “Não há risco de contaminação.”
O esmalte também segue a mesma linha. A cliente pode escolher uma entre as 43 cores disponíveis e recebe o tubo novo, usado em sua mão ou pé, para levar para casa. “O produto também é alvo de contaminação.”
A empreendedora fez uma pesquisa de mercado para saber as tonalidades preferidas das brasileiras. Depois, buscou um fornecedor que pudesse fazer tubinhos com 4 ml do produto – os mais vendidos em perfumarias e usados em salões têm 8 ml.
“É bom ter o vidro que a pessoa usou. Durante a semana, podem aparecer descascadinhos [no esmalte], e a pessoa pode retocar sozinha.”
Não é preciso marcar hora no salão da marca, a Beryllos. Basta chegar para ser atendido. “Há famílias que vêm juntas – o pai, a mãe e a filha.”
Agora Luzia, que já pediu a patente de sua invenção, pensa em expandir a empresa por meio do sistema de franquias. Quer começar pelo Vale do Paraíba, onde está a primeira unidade, ir para o restante de São Paulo, o Rio de Janeiro e, depois, outros Estados.
Ela, que é esteticista e dona da rede de franquias Sóbrancelhas, da área de beleza facial, ainda não sabe o que vai fazer depois. “Tenho certeza que não vou parar. Vou inovar em outras áreas.”
Por QSocial