Quem é Carlo Ancelotti, o novo técnico da seleção brasileira

Carlo Ancelotti, um dos técnicos mais vitoriosos do futebol mundial, será o novo comandante da Seleção Brasileira até a Copa do Mundo de 2026

12/05/2025 17:02

Carlo Ancelotti conquistou o troféu de técnico do ano pelo Fifa the Best – Foto: Real Madrid/Divulgação
Carlo Ancelotti conquistou o troféu de técnico do ano pelo Fifa the Best – Foto: Real Madrid/Divulgação

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou, na manhã desta segunda-feira, 12, um dos movimentos mais aguardados e ousados do cenário esportivo atual: Carlo Ancelotti, multicampeão italiano e referência entre os técnicos mais vitoriosos do futebol mundial, será o novo comandante da Seleção Brasileira até a Copa do Mundo de 2026.

O anúncio encerra uma longa novela que se estendia há quase dois anos, recheada de negociações, reviravoltas e expectativas. Em nota oficial, o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, celebrou a chegada do técnico com entusiasmo:

Trazer Carlo Ancelotti para comandar o Brasil é mais do que um movimento estratégico. É uma declaração ao mundo de que estamos determinados a recuperar o lugar mais alto do pódio.”

A CBF também divulgou um vídeo institucional, em que Ednaldo agradece à torcida pela “paciência e apoio” durante o processo de contratação. A confirmação do nome de Ancelotti representa não apenas uma tentativa de reerguer o desempenho da Seleção nas Eliminatórias Sul-Americanas, mas também uma sinalização de ambição internacional da CBF.

Estreia marcada e pendência com o Real Madrid

A estreia de Ancelotti está prevista para os compromissos do Brasil contra Equador (5 de junho) e Paraguai (10 de junho), válidos pelas Eliminatórias da Copa. Contudo, o italiano ainda está oficialmente vinculado ao Real Madrid, clube que disputa a reta final do Campeonato Espanhol.

A expectativa é de que ele seja liberado no dia 26 de maio, após o encerramento da liga – a não ser que o Barcelona conquiste matematicamente o título antes do fim do campeonato, o que pode antecipar sua chegada.

O Real ainda tem compromissos marcados contra Mallorca (14/05), Sevilla (18/05) e Real Sociedad (24/05).

Crise técnica e transição turbulenta

A confirmação de Ancelotti encerra um período de instabilidade no comando técnico da Seleção. Desde que o nome do italiano surgiu nos bastidores da CBF, em julho de 2023, a equipe passou pelas mãos de Fernando Diniz e Dorival Júnior. Nenhum deles, no entanto, conseguiu traduzir boas passagens por clubes em resultados expressivos com a camisa canarinho.

A queda de Dorival em março, após um desempenho decepcionante na Copa América de 2024 e tropeços nas Eliminatórias, acelerou a retomada das conversas com o técnico italiano. No fim de abril, a CBF chegou a anunciar o encerramento das negociações, devido ao impasse com o Real Madrid. Mas, longe dos holofotes, as tratativas avançaram — e, enfim, culminaram no desfecho anunciado nesta segunda.

Um gigante à frente de outro gigante

Carlo Ancelotti chega à Seleção Brasileira com um currículo que fala por si só. Nascido em Reggiolo, em 1959, o italiano acumula conquistas que o colocam entre os maiores da história do futebol. Ele é o único treinador a conquistar cinco edições da Liga dos Campeões da UEFA (duas com o Milan, três com o Real Madrid) e o mais vitorioso da história das competições europeias interclubes.

Foi eleito em 2019 pela revista France Football como um dos dez maiores técnicos de todos os tempos. Além de Real Madrid e Milan, dirigiu Juventus, PSG, Chelsea e Bayern de Munique, sempre com passagens de destaque.

Ancelotti também coleciona três títulos do Mundial de Clubes da FIFA e é conhecido por sua habilidade em lidar com elencos estrelados, característica que pode ser decisiva em um ambiente historicamente desafiador como o da Seleção Brasileira.

Um estrangeiro no banco: capítulo raro

A chegada de Ancelotti marca uma raridade na história da Seleção. Ele será apenas o terceiro técnico estrangeiro a assumir o comando do Brasil. O primeiro foi o uruguaio Ramón Platero, em 1925.

O segundo foi o argentino Filpo Núñez, em 1965, quando o Palmeiras representou a seleção em um amistoso. Houve ainda o português Joreca, que dividiu o comando com Flávio Costa em dois amistosos em 1943, mas sem status oficial de técnico principal.

Desta vez, no entanto, o nome estrangeiro não é um recurso pontual. É uma aposta clara em excelência e experiência internacional.

O desafio: retomar o brilho da seleção pentacampeã

A missão de Ancelotti não será simples. A Seleção ocupa atualmente a 4ª colocação nas Eliminatórias, após uma sequência de atuações pouco convincentes e resultados abaixo das expectativas. Mais do que vitórias, a torcida brasileira cobra uma retomada do futebol vistoso, da identidade ofensiva e da competitividade em alto nível.

A CBF acredita que Ancelotti é o nome certo para liderar esse processo. Agora, a expectativa gira em torno do impacto que o técnico italiano poderá causar no curto e médio prazo — e de como ele vai traduzir sua filosofia vencedora no contexto peculiar do futebol brasileiro.

Resta saber: o maestro europeu conseguirá reger novamente a orquestra pentacampeã rumo à glória?


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