Praga na Ásia, percevejo é encontrado pela 1ª vez no Brasil

O inseto pode causar prejuízos para fauna e a agricultura

Uma espécie de percevejo que é considerada praga na Ásia foi encontrada em Santos, no litoral de São Paulo. O inseto pode causar prejuízos para fauna e a agricultura.

O percevejo, da espécie Ethersina fullo, foi encontrado pelo estudante de biologia Yan Lima e Silva, de 25 anos, no bairro de Aparecida, em novembro de 2020.

O percevejo, da espécie Ethersina fullo, foi encontrado em uma árvore em Santos (SP)
Créditos: Divulgação/Yan Lima
O percevejo, da espécie Ethersina fullo, foi encontrado em uma árvore em Santos (SP)

Em entrevista ao G1, Yan, que é fotógrafo amador, conta que tirava fotos de animais invertebrados pelo bairro, como não conhecia muito deste tipo de inseto, publicou o registro na rede social científica iNaturalist.

Yan disse que ficou surpreso ao descobrir que o mapa da plataforma indicava a incidência dessa espécie na Ásia, e só o seu registro na América do Sul.

Segundo Ricardo Brugnera, mestre em biologia animal pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG), essa espécie de percevejo e se alimenta de até 57 plantas diferentes.

Um estudo internacional, publicado em junho de 2020, indica que a espécie é uma importante praga na China, que causa danos econômicos a plantações de kiwi, pêra, pêssego, maçã e romã. Esse animal também foi encontrado na Nova Zelândia e na Albânia.

O percevejo, da espécie Ethersina fullo, foi encontrado pelo estudante de biologia Yan Lima e Silva,
Créditos: Reprodução/iNaturalist
O percevejo, da espécie Ethersina fullo, foi encontrado pelo estudante de biologia Yan Lima e Silva,

A suspeita, segundo ele, é de que o animal tenha chegado ao país por contêineres, pelo Porto de Santos, já que a maior incidência ocorre em bairros próximos ao cais santista.

Ricardo e Yan iniciaram um estudo para identificar o comportamento e a incidência do animal na cidade de Santos.

Até o momento, eles foram localizados em praças públicas nos bairros Aparecida, Embaré, Ponta da Praia e Macuco. “Pelo menos cinco indivíduos foram confirmados. Temos conhecimento de mais, porém, ainda não confirmamos que se tratam da mesma espécie”, afirma.