“Quando assisti ‘Dogville’ fiquei petrificada”; conheça 5 filmes que influenciaram Barbara Ohana
Barbara Ohana não lembra qual foi o primeiro filme que viu no cinema, mas recorda bem a sensação provocada pelas primeiras sessões. “Achava aquilo parecido com o que estava na minha cabeça. Grandes sonhos em imagens sobrepostas, tomando formas gigantes, quase incontroláveis; era mágico”, recorda.
Carioca de 28 anos, radicada em São Paulo há dois, a cantora e compositora mantém o hábito iniciado na infância. “Amo cinema e sou muito presa ao som dos filmes. Tento assistir a todos que me interessam em boas salas”. Boas salas incluem cinemas de rua, que ela lamenta haver poucos em São Paulo, e excluem exibições em 3D. “Tenho dificuldade de assistir, fico tonta”, diz.
Em casa, ela prefere “ver e rever” filmes antigos. Questionada sobre o seu diretor favorito, a cantora de sobrenome familiar (ela é sobrinha da atriz Cláudia Ohana) diz que não tem um nome específico, e sim fases. Essas fases já passaram por Polanski, Gondry, Hitchcock e Lars Von Trier. Este último, inclusive, é o cineasta responsável por um filme que alterou o processo de criação da artista: “Dogville”.
Lançado em 2003, o filme é o primeiro de uma trilogia ainda incompleta de Lars Von Trier sobre os EUA. O longa é protagonizado por Nicole Kidman e reconhecido pela linguagem particular com que apresenta sua história ao espectador: algo próximo do teatro, sem deslocamento no tempo e na geografia, e sem o uso de trilha sonora. “Quando assisti ‘Dogville’ fiquei petrificada. Me pegou desprevenida, com todo aquele minimalismo, e uma estória tão desconcertante e gráfica. Comecei a pensar criativamente de outro jeito”, revela.
Atualmente, Barbara Ohana diz estar “sem fase” de diretor, provavelmente por conta da imersão no processo de divulgação de seu primeiro EP, “Dreamers” (ouça aqui). O disco tem produção assinada por Apollo 9 e participações de Glenn Kotche, baterista do grupo americano Wilco, de Adriano Cintra, ex-CSS, e traz traz 8 faixas autorais cantadas em inglês.
O show de lançamento do disco ocorre nesta sexta-feira, 28, na Casa do Mancha, zona oeste de São Paulo (veja mais detalhes aqui), em um momento de comemoração para a artista. “Muito desse EP foi construído ao vivo, em pequenos shows. É uma comemoração tê-lo lançado, e agora poder transformá-lo num espetáculo fechado e aprender como materializá-lo junto com o público, com a troca de energia que a música magicamente permite”, conta. Veja o teaser do videoclipe da faixa “Ordinary Piece”, que será lançada nos próximos dias.
A seguir, a cantora lista os 5 filmes que mais inspiraram seu trabalho. “São filmes que me marcaram por sua paisagem, deixaram a pista de um lugar a que frequentemente recorro quando procuro um raciocínio, uma ideia”.
O Mágico de Oz
“O Mágico de Oz” (1939)
“Esse é meu filme predileto da infância, e nunca me cansei de assisti-lo. Acho lindo, fico muito impressionada com a Judy Garland, as cores, a estória, os recursos da época. Me emociono sempre, desde pequenininha.”
Sinopse: Judy Garland é Dorothy, uma menina órfã, infeliz com a sua vida na fazenda dos tios em Kansas. O sonho de Dorothy era viajar através do arco-íris para um fantástico mundo colorido. Durante uma terrível tempestade na fazenda, a menina é arrastada por um tornado e acorda no reino mágico de Oz, onde conhece novos amigos e tem que enfrentar várias situações de perigo. Com a ajuda do espantalho, do leão e do homem de lata, Dorothy tem que conseguir chegar na Cidade das Esmeraldas e pedir ao Mágico de Oz que realize o seu pedido de voltar para casa e os de seus novos amigos. O Mágico de Oz, indicado a vários Oscars, é uma adaptação do livro infantil de L. Frank Baum e traz Garland cantando “Over the Raibow” que venceu na categoria de Melhor Canção.
“Synecdoche, New York” (2008)
“Sou obcecada pelo Charllie Kauffman desde “Quero Ser John Malkovich”. Este foi o primeiro filme que ele dirigiu, e eu naturalmente segui a sequência na minha cabeça, coloquei no mesmo lugar de descoberta e curiosidade. Esses filmes me fizeram repensar as formas de contar uma estória. O Synecdoche é um filme cheio de metáforas que fazem um sentido profundo pra mim. Solitário, atual. E o Phllip Seymour Hoffman, ah! Que incrível.”
“Deixe Ela Entrar” (2008)
Uma linda estória de amor, assustadora. Adorei essa dualidade. Tudo nesse filme é lindo. Quem me mostrou esse filme foi o Daniel [Rezende, marido da cantora, editor de cinema brasileiro; foi indicado ao Oscar pelo seu trabalho em “Cidade de Deus”]. Sempre recorro à paisagem dele de alguma forma, porque é única.
A história é ambientada no subúrbio de Estocolmo, em 1982. Oskar (Kåre Hedebrant), um frágil garoto de 12 anos sempre atormentado pelos colegas de escola, sonha com vingança. Ele apaixona-se por Eli (Lina Leandersson), garota bonita e peculiar que, aparentemente, é uma vampira, já que não suporta o sol ou a comida. Eli dá a Oskar força para lutar, mas o menino é colocado frente a um impasse quando percebe que ela precisa beber o sangue de outros para sobreviver: até onde pode o amor perdoar?
“Dogville” (2003)
“Quando assisti ‘Dogville’ fiquei petrificada. Me pegou desprevenida, como todo aquele minimalismo, e uma estória tão desconcertante e gráfica. Comecei a pensar criativamente de outro jeito. Criar é mesmo tentar pensar fora do quadrado. Às vezes, a gente se prende a regras que não existem, quando o importante é contar a verdade. Seja num filme, numa música.. Foi muito esclarecedor.”
Sinopse: A história é ambientada no subúrbio de Estocolmo, em 1982. Oskar (Kåre Hedebrant), um frágil garoto de 12 anos sempre atormentado pelos colegas de escola, sonha com vingança. Ele apaixona-se por Eli (Lina Leandersson), garota bonita e peculiar que, aparentemente, é uma vampira, já que não suporta o sol ou a comida. Eli dá a Oskar força para lutar, mas o menino é colocado frente a um impasse quando percebe que ela precisa beber o sangue de outros para sobreviver: até onde pode o amor perdoar?
“Mulholland Dr.” (2001)
“Memórias perdidas, sonhos, ambições que viram miragens, confusões psicológicas. Lugares onde gosto de colocar a minha imaginação.”