Por que 2024 deve ser considerado o ano mais quente da história?

Relatório realizado pela União Europeia chama a atenção para aumento inédita da temperatura

08/11/2024 16:00

Para além das altas temperaturas em todas as estações do ano, elevação térmica traz uma série de danos ao planeta – Tomaz Silva/Agência Brasil
Para além das altas temperaturas em todas as estações do ano, elevação térmica traz uma série de danos ao planeta – Tomaz Silva/Agência Brasil

Divulgado recentemente, um novo relatório do Copernicus, o Serviço de Mudanças Climáticas da União Europeia, praticamente oficializa que 2024 superará 2023 como o ano mais quente já registrado na Terra.

Isso porque medições realizadas ao longo do ano mostram que, até outubro, a temperatura média global foi 0,16ºC mais alta do que em 2023, que até então detinha o recorde. A diferença, portanto, aumenta a probabilidade de que 2024 estabeleça um novo marco.

2024: Impactos do ano mais quente da história

Ainda que aparentemente 0,16ºC pareça uma mudança sutil, a elevação térmica global traz consequências substanciais para os padrões climáticos, intensificando eventos extremos como ondas de calor, secas, enchentes e incêndios florestais, conforme alertam cientistas da NASA.

Os números alarmantes sobre as mudanças climáticas são constantes, a exemplo de outubro passado, que foi considerado o segundo mais quente no mundo, com uma média de 15,25ºC.

A pouco menos de dois meses do fim do ano, o Copernicus destaca que 2024 deverá ser o primeiro ano a ultrapassar consistentemente a marca de 1,5ºC acima da média pré-industrial de 1850-1900.

Futuro do planeta em meio às mudanças climáticas

Nos últimos 12 meses (de novembro de 2023 a outubro de 2024), a temperatura média global foi 1,62ºC acima dos níveis pré-industriais, uma clara ameaça aos objetivos do Acordo de Paris, que busca limitar o aquecimento a 1,5ºC para evitar os impactos mais severos das mudanças climáticas.

As temperaturas do oceano também continuam alarmantemente altas, com a superfície marítima de grande parte dos oceanos — incluindo extensões do Atlântico — registrando temperaturas acima da média. Esse aquecimento anômalo pode intensificar a força dos furacões e influenciar o restante da temporada no Atlântico, que termina em 30 de novembro.

Não por acaso, oceanógrafos também ressaltam que as persistentes ondas de calor marinhas ameaçam ainda mais os recifes de corais, que já enfrentam o maior evento de branqueamento global já registrado.

Números atuais apontam que cerca de 77% das áreas de recifes de coral do planeta estão sob estresse térmico suficiente para causar branqueamento, segundo a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA).