4 dicas para corrigir os erros na pia e não passar sufoco

Você enche a pia, aplica o detergente, esfrega quase no modo automático e pronto: mais uma pilha de utensílios aparentemente limpa. Mas será que esse ritual cotidiano está realmente sendo eficaz? Estudos indicam que micro-organismos prosperam em copos mal enxaguados, panos úmidos e esponjas desgastadas —um cenário perfeito para causar desde desconfortos intestinais até dores de cabeça.

A boa notícia: não é preciso virar profissional de cozinha industrial para afastar germes. Algumas correções rápidas, respaldadas por órgãos como CDC (Estados Unidos) e Anvisa (Brasil), já reduzem o risco de contaminação cruzada e ainda poupam água e tempo.

Nesta reportagem você encontra quatro dicas, cada uma com um erro clássico e a solução, organizadas em intertítulos para facilitar a consulta. Teste hoje mesmo e diga adeus ao sufoco na hora de encarar a pia.

Jeito certo de lavar louça em 4 passos simples

1 – Raspe primeiro, ensaboe depois

Lavar louça sem retirar restos de comida equivale a varrer a casa empurrando poeira para baixo do tapete. Ao raspar pratos e panelas com espátula ou papel, você evita que pedaços de arroz ou molho entupam o ralo e diminui em até 35 % o volume de água gasto no enxágue, segundo cálculos de engenheiros ambientais.

Depois da raspagem, comece pelos itens menos engordurados (copos, talheres) e avance até panelas. A ordem evita que a gordura se transfira para peças já limpas — truque simples que deixa a pia mais organizada e economiza detergente.

2 – Água morna é parceira — e não vilã — da louça brilhante

Muita gente torce o nariz para a água quente por imaginar conta alta no fim do mês. Mas bastam 45 °C, temperatura que você consegue ao misturar água da torneira com um pouco de fervida, para dissolver gorduras mais rápido e potencializar o detergente neutro.

A RDC 216 da Anvisa recomenda entre 55 °C e 65 °C na fase de lavagem das máquinas profissionais e até 90 °C no enxágue, justamente para garantir eficiência microbiológica. Higiclear Em casa, não é preciso tanto; a regra é: água morna, espuma generosa e enxágue caprichado.

Se quiser desinfetar tábuas ou talheres, mergulhe em solução de 1 colher de sopa de água sanitária por litro de água por cinco minutos e enxágue bem –procedimento também endossado pelo USDA.

3 – Esponja não é relíquia: troque e desinfete sem dó

A esponja de lavar louça pode abrigar até 10 milhões de bactérias por centímetro quadrado — 200.000 vezes mais que um assento de vaso sanitário, revela o microbiologista Charles Gerba, da Universidade do Arizona. Se ela fica babando detergente e comida o dia todo, vira festa de micróbios.

A recomendação é trocar o item a cada 15 dias ou antes, se o cheiro denunciar. Entre uma troca e outra, limpe a esponja: um minuto no micro-ondas (umedeça antes e verifique se não contém metal) ou imersão em solução de água sanitária 10 % por um minuto. Métodos aprovados pelo CDC, que também lembra de não usar a mesma esponja para a pia e o fogão.

4 – Louça molhada no armário? Anvisa reprova

Guardar pratos ainda úmidos acelera a proliferação de fungos e bactérias, alerta o Hospital Albert Einstein. A secagem ao ar, em escorredor limpo e coberto, é a alternativa mais segura e sustentável. Se precisar agilizar, recorra a pano exclusivo para louça, passado a ferro ou lavado na máquina em ciclo quente, e troque-o diariamente.

A RDC 216 proíbe panos de algodão em cozinhas profissionais, exigindo versões descartáveis –em casa, o bom-senso manda não misturar o pano da louça com o de mãos ou balcão. Antes de guardar, certifique-se de que pratos e copos estão completamente secos; caso contrário, você só muda a colônia de lugar.

Para fechar, vale lembrar: louça pode até parecer tarefa mecânica, mas pequenos ajustes fazem diferença enorme na saúde da família e no bolso. Seguindo as quatro dicas, você reduz risco de contaminação, gasta menos água e ainda se livra da pia mais rápido. Bora colocar em prática?