4 erros ao esquentar comida no micro-ondas que passam despercebidos
Usar o micro-ondas com consciência muda sua relação com a comida
O uso do micro-ondas para aquecer alimentos faz parte da rotina de muitas casas e ambientes de trabalho e é visto como aliado da praticidade, sobretudo para quem tem pouco tempo para cozinhar; porém, quando o hábito de esquentar comida no micro-ondas se torna diário e prolongado, surgem questionamentos sobre possíveis impactos na saúde, na segurança e na qualidade das refeições.

Quais são os principais malefícios de esquentar comida no micro-ondas a longo prazo?
Os riscos não se limitam ao aparelho em si, mas envolvem o tipo de recipiente usado, a forma de aquecimento, a frequência de reaquecimento da mesma comida e alterações na composição nutricional. Assim, entender esses fatores ajuda a tomar decisões mais seguras na rotina alimentar.
Entre os malefícios mais citados estão a migração de substâncias de embalagens inadequadas para o alimento, a perda de nutrientes sensíveis ao calor e o aquecimento desigual, que pode favorecer microrganismos. O micro-ondas não torna o alimento “radioativo”; os problemas surgem principalmente do uso incorreto e repetitivo.
Confira um vídeo do canal no Youtube Harpyja que fala sobre os malefícios de esquentar comida no micro-ondas:
Como ocorre a migração de substâncias de plásticos e embalagens para os alimentos?
Um dos principais malefícios associados ao uso prolongado do micro-ondas é o aquecimento de alimentos em recipientes plásticos inadequados. Em temperaturas altas, certos plásticos podem liberar compostos químicos, como plastificantes e aditivos, para a comida, processo chamado de migração química.
Embalagens descartáveis, potes sem indicação de uso em micro-ondas e plásticos antigos ou riscados são mais suscetíveis a esse desgaste. Para reduzir esse risco, é importante adotar alguns cuidados práticos ao escolher e utilizar recipientes no dia a dia:
- Usar preferencialmente recipientes de vidro ou cerâmica próprios para micro-ondas;
- Evitar aquecer comida em potes plásticos sem selo de uso em micro-ondas;
- Não reutilizar embalagens de margarina, sorvete ou descartáveis para aquecimento;
- Substituir recipientes antigos, rachados ou deformados pelo calor.
De que forma o micro-ondas pode afetar nutrientes e favorecer microrganismos?
Vitaminas sensíveis ao calor, como vitamina C e algumas do complexo B, podem ser perdidas em qualquer forma de cozimento, mas o uso frequente do micro-ondas para reaquentar a mesma refeição intensifica essa redução. Ao longo do tempo, refeições reaquecidas repetidamente tendem a ter menor valor nutricional, além de possíveis mudanças de sabor e textura.
O aquecimento desigual é outro problema, pois partes do alimento podem permanecer frias, permitindo a sobrevivência de bactérias e outros microrganismos. Armazenamento inadequado, longos períodos em temperatura ambiente e reaquecimentos que não atingem calor suficiente aumentam o risco de desconfortos gastrointestinais e infecções alimentares.

Como usar o micro-ondas com mais segurança na rotina alimentar?
Muitos dos riscos podem ser minimizados com ajustes simples, como escolher recipientes adequados, controlar o tempo e a potência e planejar porções menores, aquecidas apenas uma vez. Sempre que possível, é interessante alternar o micro-ondas com outros métodos, como fogão ou forno elétrico, e priorizar o preparo fresco.
Para garantir maior segurança, é útil adotar alguns hábitos consistentes no dia a dia, que reduzem a exposição desnecessária ao calor, evitam reaquecimentos sucessivos e melhoram a distribuição de temperatura no alimento.
- Planejar refeições em porções individuais, evitando aquecer grandes volumes muitas vezes;
- Misturar o alimento na metade do tempo de aquecimento, quando possível;
- Verificar se todo o prato está quente, não apenas as bordas;
- Respeitar tempos de descanso indicados nas embalagens para distribuir o calor.