A China está colocando um grande número de robôs humanoides na fronteira com o Vietnã
Os robôs Walker S2 foram projetados para executar múltiplas tarefas complexas simultaneamente nos postos fronteiriços
A empresa chinesa UBTECH Robotics firmou contrato milionário para implementar robôs humanoides em postos de fronteira na região de Guangxi. Esta iniciativa representa uma das maiores aplicações práticas de robótica humanoide em operações governamentais já registradas no país asiático.
O acordo de 264 milhões de yuans, aproximadamente 199 milhões de reais, prevê o uso dos robôs Walker S2 na cidade de Fangchenggang, que faz divisa com o Vietnã. As entregas começaram em dezembro com objetivos definidos de patrulhamento e controle de fluxo.

Quais funções os robôs humanoides desempenharão na fronteira chinesa?
Os robôs Walker S2 foram projetados para executar múltiplas tarefas complexas simultaneamente nos postos fronteiriços. Com aproximadamente 1,76 metro de altura e corpo articulado, possuem mãos com precisão submilimétrica para atividades de montagem e manipulação detalhada.
As principais atribuições programadas para esses dispositivos automatizados incluem responsabilidades diversificadas de segurança e serviço:
- Controle eficiente do fluxo de pessoas nas áreas de passagem internacional, monitorando entrada e saída de viajantes
- Orientação de visitantes e turistas com informações sobre procedimentos alfandegários e documentação necessária para travessia
- Participação ativa em patrulhas de fronteira ao lado de agentes humanos, aumentando cobertura territorial de vigilância
- Execução de tarefas logísticas e suporte a serviços comerciais nas instalações fronteiriças durante operação contínua
O canal do YouTube da UBTECH Robotics divulgou um vídeo sobre o exército de robôs em massa que eles criaram. Veja a seguir:
Por que a China está investindo massivamente em robótica humanoide?
O governo chinês estabeleceu a inteligência incorporada, tecnologia por trás dos robôs com aparência humana, como prioridade nacional estratégica. O país busca consolidar liderança global em robótica e inteligência artificial através de investimentos substanciais no setor.
A indústria de robôs humanoides chinesa está projetada para alcançar 82 bilhões de yuans, cerca de 62 bilhões de reais, até 2025. Esta previsão representa metade das vendas globais do setor, demonstrando domínio crescente da China neste mercado tecnológico emergente.
Onde mais os robôs humanoides já operam na China?
A implementação nas fronteiras não é caso isolado, mas parte de estratégia ampla de automação em serviços públicos. Diversas cidades chinesas já testam aplicações práticas de robótica humanoide em contextos variados de segurança e atendimento.
Os locais onde essas tecnologias já funcionam demonstram alcance diversificado da estratégia governamental:
- Aeroporto Internacional de Hangzhou Xiaoshan utiliza robôs semelhantes para esclarecer dúvidas de passageiros e fornecer orientações
- Cúpula da Organização de Cooperação de Xangai em Tianjin empregou robô multilíngue da iBen Intelligence para autoridades de imigração
- Cidades como Shenzhen, Xangai e Chengdu já possuem robôs de patrulha policial circulando regularmente pelas ruas
- Fábricas de aço, cobre e alumínio receberão parte da frota para inspeções industriais e controle de qualidade

Quais as metas de produção e capacidades técnicas do Walker S2?
A UBTECH planeja entregar 500 unidades até o final de 2025, com objetivo ambicioso de produzir 10 mil robôs anualmente a partir de 2027. A empresa já recebeu mais de 112 milhões de dólares em encomendas de gigantes industriais incluindo BYD, Geely e Foxconn.
O diferencial técnico do Walker S2 está na bateria removível de troca rápida que permite operação ininterrupta de 24 horas diárias. O Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação criou comitê nacional dedicado exclusivamente à robótica humanoide, sinalizando que o país pretende liderar essa corrida tecnológica global nos próximos anos.