A ciência já é capaz de desviar a rota de um asteroide que está a caminho de eclodir com a Terra?

Em 2021, asteroide de 13 metros diâmetro acendeu sinal de alerta entre cientistas

26/09/2024 01:01

Com 13 metros de diâmetro e mais de 250 mil toneladas de força, o asteroide 2009 JF1 foi classificado como “potencial perigoso” pela Nasa  em 2021 – Divulgação/NASA
Com 13 metros de diâmetro e mais de 250 mil toneladas de força, o asteroide 2009 JF1 foi classificado como “potencial perigoso” pela Nasa  em 2021 – Divulgação/NASA - Divulgação/Nasa

Estudos recentes conduzidos pela NASA indicam que, neste momento, mais de um milhão de asteroides orbitam no Sistema Solar. Ou exatos 1 113 527 restos rochosos encontrados, em sua maioria, entre o Sol, Marte e Júpiter. 

Diante de uma eventual ameaça causada pelo choque de um asteroide contra o planeta Terra, cientistas estão explorando uma abordagem surpreendente para evitar acontecimentos potencialmente catastróficos: pulsos de raios X desencadeados por explosões nucleares.

É possível desviar a rota de um asteroide contra a Terra? 

Essa tecnologia, recriada em laboratório, pode se tornar uma opção inovadora para a defesa planetária. É o que revela artigo recente publicado na Nature Physics, que detalha como a energia liberada por uma explosão nuclear pode aquecer a superfície de um asteroide, gerando vapor e, assim, alterando sua trajetória.

Asteroides e cometas representam riscos consideráveis para o nosso planeta. A NASA, por exemplo, recentemente demonstrou a possibilidade de mudar o curso de um asteroide ao colidir diretamente com ele, na missão DART. Embora eficaz, essa abordagem física exige muito tempo, planejamento e grandes recursos.

Em contraste, o novo método aposta no poder dos raios X: ao atingir a superfície do asteroide com esses pulsos, parte dele vaporiza, criando um impulso que pode desviar o corpo celeste de sua rota.

Liderada por Nathan Moore, a equipe do Sandia National Laboratories, nos Estados Unidos, realizou experimentos com modelos de asteroides feitos de quartzo e sílica.

Ao aplicar os pulsos de raios X, eles observaram a formação de plumas de vapor capazes de acelerar os alvos simulados a até 70 metros por segundo.

Futuro do planeta

Com esses resultados promissores, os pesquisadores sugerem que essa técnica pode ser eficaz para desviar asteroides de até quatro quilômetros de diâmetro. O próximo passo será testar diferentes materiais e variações dos pulsos, ampliando as possibilidades dessa estratégia futurista de defesa planetária.