Apenas uma das sete maravilhas do mundo antigo nunca foi encontrada
Essa maravilha perdida representa enigma fascinante para historiadores e arqueólogos modernos
Das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, apenas a Grande Pirâmide de Gizé permanece intacta até hoje. Enquanto arqueólogos localizaram os sítios de seis dessas estruturas magníficas, uma continua desafiando pesquisadores há séculos: os Jardins Suspensos da Babilônia.
Essa maravilha perdida representa enigma fascinante para historiadores e arqueólogos modernos. Sem evidências físicas concretas, todo conhecimento sobre os jardins provém de fontes antigas frequentemente contraditórias, alimentando debates sobre sua verdadeira existência e localização.

Qual a história tradicionalmente contada sobre os jardins?
A narrativa mais difundida afirma que os jardins foram construídos no século VI antes de Cristo sob ordens do rei Nabucodonosor II, segundo governante do Império Neobabilônico. Além de demonstrar a grandiosidade de seu império, ele desejava presentear sua esposa com esse projeto.
As principais características atribuídas aos Jardins Suspensos incluem elementos arquitetônicos e botânicos impressionantes:
- Estrutura em terraços elaborada: construção semelhante a templo com múltiplos níveis escalonados sustentados por arcos robustos
- Vegetação exótica diversificada: plantas e árvores raras trazidas de todas as regiões do império e além das fronteiras
- Sistema de irrigação avançado: mecanismos sofisticados para elevar água e manter a vegetação exuberante em clima árido
- Espetáculo visual incomparável: na antiguidade, representava maravilha sem igual em qualquer lugar do planeta conhecido
Por que fontes históricas geram dúvidas sobre sua existência?
Nenhum vestígio arqueológico jamais foi desenterrado, deixando todo conhecimento dependente de relatos antigos notoriamente pouco confiáveis. Mais intrigante ainda é a ausência completa de menção em documentos fundamentais da época.
Heródoto, historiador grego conhecido como o Pai da História, escreveu extensivamente sobre a Babilônia em meados do século 5 antes de Cristo, mas não fez sequer uma referência aos supostos jardins extraordinários do império. Numerosos outros estudiosos contemporâneos também omitiram qualquer menção a essa estrutura, levantando questões sérias sobre se realmente existiu. Geograficamente, os Jardins Suspensos situavam-se ligeiramente afastados das outras seis maravilhas. A Babilônia localizava-se no coração do sistema fluvial Tigre-Eufrates, enquanto as demais estavam próximas ao litoral mediterrâneo, tornando-as muito mais acessíveis aos escritores antigos que as documentaram.
Veja o vídeo do Canal Foca na História contando a história do Jardins suspensos da Babilônia:
Quais evidências arqueológicas foram encontradas na Babilônia?
Entre 1899 e 1917, o arqueólogo alemão Robert Koldewey conduziu escavações extensivas no sítio iraquiano e descobriu ruínas de estrutura arqueada no canto nordeste do Palácio Sul. Ele estava convencido de ter encontrado as fundações dos lendários jardins.
Os achados de Koldewey apresentavam características que pareciam sustentar sua teoria inicial:
- Paredes excepcionalmente espessas: muros sólidos aparentemente projetados para suportar peso imenso de superestrutura acima
- Evidências de poços profundos: sugeriam sistema avançado de irrigação para hidratar vegetação abundante
- Construção com arcos robustos: técnica arquitetônica compatível com sustentação de terraços pesados
- Localização no complexo palaciano: posicionamento estratégico dentro da antiga cidade babilônica

Por que estudiosos questionam a localização tradicional atualmente?
Atualmente, a maioria dos pesquisadores rejeita a teoria de Koldewey. A crença predominante sugere que sua estrutura impressionante era simplesmente um armazém. Grandes áreas da Babilônia foram escavadas durante todo o século 20, mas não há traços de jardim significativo.
Stephanie Dalley, estudiosa e ex-professora de Assiriologia na Universidade de Oxford, apresentou evidências convincentes de que os jardins foram construídos em Nínive, na Mesopotâmia setentrional, pelos assírios e não por seus rivais sulistas babilônios. Isso colocaria os jardins no norte do Iraque, próximo à moderna cidade de Mosul.
Através de análise de escrituras cuneiformes babilônicas e assírias, ela afirma que jardins magnificamente grandiosos foram criados pelo rei assírio Senaqueribe, completos com sistemas complexos de irrigação, aquedutos e dispositivos de elevação de água. A confusão surgiu porque após a conquista assíria da Babilônia em 689 antes de Cristo, Nínive passou a ser referida como a Nova Babilônia, gerando erro histórico duradouro sobre a verdadeira localização.