Quais são as áreas de trabalho mais procuradas pela geração Z?

Entenda o que pensam os jovens nascidos entre 1997 e 2010

05/12/2024 11:36 / Atualizado em 16/12/2024 23:19

Rawpixel/Depositphotos
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O que a geração Z brasileira, nascida entre 1997 e 2010, busca para o seu futuro profissional? Esta foi a pergunta realizada pela pesquisa “GenZ além dos rótulos”, conduzida pelo Instituto da Oportunidade Social (IOS), que entrevistou 929 jovens de 15 a 29 anos, de quatro estados (São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Minas Gerais).

Ao contrário do que se imagina, os jovens com menos de 30 anos almejam mais do que oportunidades nas áreas de tecnologia e sinalizam interesse em setores tradicionais como publicidade, administração e psicologia. Além disso, a pesquisa também indica que essa faixa etária está à procura de empresas que compartilham valores, posições de liderança e, quem sabe, até a chance de empreender.

A pesquisa entrevistou alunos ou ex-alunos de cursos oferecidos pela organização. O levantamento revela dados interessantes: 64% sonham em se tornar líderes nas áreas que escolheram estudar, enquanto 40% visualizam o empreendedorismo como uma carreira possível.

Outro dado curioso é que, embora 69% dos entrevistados ainda não tenham concluído o ensino médio, 88% desta turma tem a intenção de continuar seus estudos após a conclusão do terceiro ano.

Áreas de trabalho que chamam a atenção da Geração Z 

E o que mais chama atenção é o destaque para a área de tecnologia, que domina as preferências na pesquisa, incluindo também áreas como desenvolvimento de jogos e web design. Contudo, áreas como marketing, publicidade, administração e recursos humanos aparecem logo em seguida na lista de profissões preferidas.

Em entrevista à CNN Brasil, a gerente de operações do IOS, Alecsandra Neri destaca que, diferentemente das gerações anteriores, a preferência por TI não é uma exclusividade masculina. Pelo contrário, 55% dos alunos dos cursos de tecnologia oferecidos pelo instituto são meninas.

“Os gen Z querem trabalhar em locais e setores que valorizem a diversidade e equidade, o que contribui para um desejo crescente dessas jovens a promoverem a mudança. Cada vez mais vemos meninas que querem ajudar outras a ingressar em TI, construir mais referenciais femininos no segmento e se desenvolver”, disse.

Mas a busca por realização não se limita a cargos e áreas de atuação. Para esses jovens, os valores das empresas são um ponto essencial. A pesquisa aponta que 76% consideram muito importante que as organizações respeitem princípios como ética, sustentabilidade e transparência.

Empreendedorismo 

A veia empreendedora é forte: 40% dos jovens entrevistados veem no empreendedorismo uma oportunidade de ter mais autonomia e, muitas vezes, trabalhar ao lado de amigos e familiares. E essa visão se reflete também na forma como enxergam a liderança.

Para 71% dos jovens, um líder ideal é aquele que seja próximo, um amigo com quem se possa conversar sobre qualquer assunto, não apenas sobre trabalho. Por outro lado, apenas 7% admiram líderes autoritários, que se restringem ao papel de chefes rígidos.

Flexibilidade é o futuro 

E quando o assunto é forma de trabalho, o desejo de flexibilidade se destaca. A pesquisa mostra que a maioria dos jovens prefere um modelo de trabalho mais livre, o “anywhere office”, que possibilita o trabalho remoto de qualquer lugar, com 38% dos entrevistados considerando esse formato como essencial.

Em comparação, apenas 17% preferem o home office total e 13% optam pelo trabalho 100% presencial. Para mais da metade dos respondentes, a localização ou o formato do trabalho (home office ou presencial) não é um problema, desde que as condições de flexibilidade sejam atendidas.

Além disso, 47% dos jovens priorizam horários de entrada e saída definidos, uma demanda que se conecta à busca por equilíbrio entre vida pessoal e profissional. A pesquisa também destaca que, como muitos dos entrevistados ainda estão completando a educação básica, a flexibilidade de horários, como a oferecida pela Lei do Jovem Aprendiz, é fundamental para a conclusão dessa etapa de estudos.

Assim, a geração Z brasileira mostra que está em busca de mais do que uma simples carreira – eles querem um trabalho que se alinhe aos seus valores, que ofereça oportunidades de liderança e autonomia, e que, acima de tudo, respeite seu tempo e suas necessidades.