Como era o último supercontinente: você não gostaria de conhecer seus habitantes
A configuração geográfica da Pangeia apresentava características únicas que influenciaram diretamente a vida no planeta
A Pangeia foi o último supercontinente que existiu na Terra, uma imensa massa de terra que reuniu todos os continentes atuais entre 335 e 175 milhões de anos atrás. Esse gigantesco território abrigou criaturas extraordinárias que dominaram o planeta durante milhões de anos.
Os habitantes da Pangeia incluíam desde predadores aterrorizantes com dentes-de-sabre até dinossauros colossais que vagavam por vastos desertos. Conhecer essas criaturas pré-históricas revela um mundo completamente diferente do atual, onde a sobrevivência dependia de adaptações extremas.

Como era a geografia e o clima do supercontinente Pangeia?
A configuração geográfica da Pangeia apresentava características únicas que influenciaram diretamente a vida no planeta. Esse supercontinente tinha formato de C ou U distribuído ao longo do equador, cercado por um único oceano chamado Pantalassa.
As condições ambientais extremas moldaram a distribuição das espécies de forma marcante:
- Interior desértico: as regiões centrais eram extremamente secas e áridas pela falta de precipitação oceânica
- Temperaturas elevadas: o clima quente e seco dominava grande parte do território continental
- Ausência de calotas polares: não existiam geleiras nos polos durante o período Triássico
- Níveis altos de CO2: a concentração de dióxido de carbono chegou a ser seis vezes superior aos níveis atuais
- Biodiversidade concentrada: diferente de hoje, a maior variedade de espécies ficava nas latitudes elevadas, não nos trópicos
Veja a seguir o vídeo com 132 mil visualizações do canal Guia Histórico explicando o que é a Pangeia:
Quais predadores aterrorizantes habitavam a Pangeia antes dos dinossauros?
Antes do surgimento dos dinossauros, a Pangeia era dominada por predadores sinistros que reinavam durante o período Permiano, entre 280 e 250 milhões de anos atrás. Essas criaturas desenvolveram adaptações impressionantes para caçar e sobreviver.
Os gorgonopsídeos representavam os superpredadores daquela era, animais do tamanho de lobos com dentes-de-sabre afiados como facas de cortar carne. Possuíam mandíbulas capazes de abrir em quase 90 graus e pele grossa como a de rinocerontes. O Dimetrodon, equivalente permiano ao dragão-de-komodo, pesava até 250 quilos e tinha grandes velas nas costas. Já os anfíbios carnívoros aquáticos atingiam impressionantes 10 metros de comprimento com focinhos semelhantes aos dos crocodilos.

Que tipos de dinossauros dominaram a Pangeia durante sua existência?
Os primeiros dinossauros da Pangeia surgiram durante o período Triássico, há cerca de 235 a 225 milhões de anos. Essas criaturas iniciais eram pequenas, bípedes e carnívoras quando comparadas aos gigantes que surgiriam posteriormente.
A evolução dos dinossauros acompanhou as mudanças geográficas do supercontinente:
- Dinossauros triássicos primitivos: Buriolestes e Saturnalia mediam cerca de 1,5 metro, enquanto Staurikosaurus e Gnathovorax atingiam 2 a 3 metros
- Carnívoros do Jurássico: ceratossauros, megalossauros e carnossauros dominavam como predadores principais
- Herbívoros gigantes: saurópodes como Braquiossauro e Diplodoco alcançavam dimensões colossais
- Predadores do Cretáceo: Tiranossauro Rex e Velociraptor surgiram após a fragmentação da Pangeia
- Répteis voadores e marinhos: pterossauros dominavam os céus e ictiossauros habitavam os oceanos
Por que a fragmentação da Pangeia mudou completamente a vida na Terra?
A separação do supercontinente começou há aproximadamente 200 milhões de anos devido a intensas erupções vulcânicas que liberaram gases de efeito estufa. Esse processo gradual causou extinções em massa que eliminaram muitas espécies, especialmente os crocodilos primitivos que competiam com dinossauros.
A divisão inicial formou dois grandes continentes chamados Laurásia ao norte e Gondwana ao sul, separados pelo oceano Tétis. Com a fragmentação contínua, os dinossauros passaram a evoluir independentemente em diferentes regiões, resultando na enorme diversidade de espécies que conhecemos pelos fósseis. Esse isolamento geográfico permitiu adaptações específicas a cada ambiente, criando as diferenças marcantes entre dinossauros de distintas partes do mundo até a extinção em massa há 65 milhões de anos.