Decisão provoca revolta: canetas emagrecedoras vetadas no SUS e esperança de milhões é cortada

A decisão da Conitec reflete a tentativa de manter o equilíbrio entre custo e eficácia dos tratamentos oferecidos

27/08/2025 07:00

A recente chegada ao mercado das canetas para tratamento da obesidade, produzidas nacionalmente com liraglutida e semaglutida, tem gerado discussões.

A EMS, uma das farmacêuticas envolvidas, investiu na produção das canetas Olire e Lirux, mas, até agora, essas novidades não foram incorporadas ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Questões de custo

O principal obstáculo para a inclusão no SUS é o custo elevado. As canetas têm preços sugeridos entre R$ 307 e R$ 760. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) avaliou o impacto financeiro da incorporação e apontou que o custo anual poderia atingir R$ 8 bilhões, o que inviabiliza seu uso dentro do orçamento do SUS.

Além disso, o SUS já disponibiliza a cirurgia bariátrica como alternativa para o tratamento da obesidade, embora o tempo de espera possa ser extenso, chegando a quase 10 anos.

Investimentos nacionais

A EMS, localizada em Hortolândia, São Paulo, alocou mais de R$ 1 bilhão em infraestrutura para fabricação. Esse investimento fortalece a indústria farmacêutica local, produzindo medicamentos comparáveis ao Saxenda e Victoza. A empresa aguarda 2026 para iniciar a produção de semaglutida, quando a patente expira.

Tecnologia de ponta

Essas canetas utilizam tecnologia avançada de síntese de peptídeos sintéticos, simulando hormônios naturais que regulam apetite e glicose. Esse avanço representa um ganho de independência tecnológica para o Brasil, possibilitando a produção de medicamentos com alta pureza e qualidade.

A Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro já indicou interesse em explorar o potencial uso dessas canetas no sistema público, formando grupos de trabalho para investigar possíveis parcerias.

Futuro e expectativas

Embora fora do SUS por enquanto, o desenvolvimento e a fabricação local destas canetas representam um marco significativo. O caminho adiante requer discussões sobre como integrar esses tratamentos de maneira acessível à população.

Enquanto isso, o esforço se concentra no aprimoramento da tecnologia e na redução de custos, visando uma futura integração aos sistemas de saúde públicos.