Detectam em Marte um mineral desconhecido que pode ter se formado com água e oxigênio

A identificação do mineral é baseada em uma assinatura espectral incomum

26/08/2025 19:30

Recentemente, pesquisadores liderados por Janice Bishop, do Instituto SETI e do Centro de Pesquisa Ames da NASA, anunciaram a descoberta de um novo mineral em Marte. A descoberta, publicada em 5 de agosto na revista Nature Communications, foi possível graças a dados coletados por sondas orbitais.

Estas sondas identificaram sulfatos de ferro em locais próximos ao Valles Marineris, Juventae Chasma e Aram Chaos, revelando um material com estrutura cristalina única e estabilidade térmica intrigante. Essa descoberta aprimora nossa compreensão sobre a atividade geológica do planeta vermelho.

A identificação do mineral é baseada em uma assinatura espectral incomum, compatível com hidroxissulfato férrico. Este composto surge apenas em condições especificas de aquecimento de sulfatos ferrosos hidratados na presença de oxigênio, levantando questões sobre processos geológicos que ainda operam em Marte.

A equipe científica busca entender como essas reações modelam o planeta, podendo influenciar sua habitabilidade.

Marte: um planeta ainda ativo?

Os resultados sugerem que partes de Marte permaneceram quimicamente e termicamente ativas por mais tempo do que se pensava. Isso pode indicar que Marte teve períodos recentes de atividade geológica significativa, o que amplia a discussão sobre seu potencial para sustentar vida.

Estudos adicionais são necessários para validar a descoberta do mineral, que ainda precisa ser encontrado na Terra para reconhecimento oficial.

Passos futuros da pesquisa

Os cientistas agora buscam uma correspondência terrestre para o novo mineral. Validar essa descoberta é crucial para entender a evolução geológica de Marte e da Terra.

A equipe planeja reproduzir, em laboratórios terrestres, as condições que permitiriam o surgimento do mineral em Marte. Se bem-sucedida, essa investigação poderá esclarecer a presença de água e calor em Marte.

A descoberta tem potencial para influenciar futuras missões a Marte ao fornecer novos dados sobre a habitabilidade do planeta.