Em 1959, esta ilha era a mais densamente povoada do mundo, agora é uma ilha fantasma

A história da ilha japonesa começou no final do século XIX, quando depósitos de carvão foram descobertos sob o leito marinho ao redor do local

23/12/2025 19:06

Em 1959, a pequena ilha Hashima no Japão concentrava mais de 5 mil habitantes em apenas alguns hectares, alcançando a impressionante marca de 80 mil pessoas por quilômetro quadrado e se tornando o lugar mais densamente povoado do planeta. Apenas 15 anos depois, em 1974, o último morador partiu e a ilha se transformou rapidamente em uma cidade fantasma abandonada, conhecida hoje como um dos locais mais assustadores do mundo.

Nem todos os trabalhadores chegaram à ilha por vontade própria
Nem todos os trabalhadores chegaram à ilha por vontade própriaImagem gerada por inteligência artificial

Por que Hashima se tornou tão densamente povoada?

A história da ilha japonesa começou no final do século XIX, quando depósitos de carvão foram descobertos sob o leito marinho ao redor do local. A gigante industrial Mitsubishi comprou a área e construiu uma mina submarina de carvão que precisava de milhares de trabalhadores para operar continuamente.

Para abrigar os funcionários e suas famílias, a empresa transformou a pequena ilha em uma cidade autossuficiente completa com diversas estruturas:

  • Blocos residenciais de concreto com vários andares, onde os apartamentos eram distribuídos conforme a hierarquia e experiência dos trabalhadores na mina.
  • Infraestrutura completa incluindo escola, hospital, restaurante e até duas piscinas públicas para lazer dos moradores.
  • Sistema organizado onde os funcionários de maior prestígio moravam nos andares superiores, que eram mais seguros em caso de tufões ou desastres naturais.
  • Aparência de navio de guerra devido aos prédios de concreto maciço, o que rendeu o apelido de Gunkanjima, que significa ilha encouraçado.

Como era o dia a dia dos trabalhadores em Hashima?

Nem todos os trabalhadores chegaram à ilha por vontade própria. Durante a Segunda Guerra Mundial, muitos foram levados como trabalhadores forçados vindos da China e Coreia, enfrentando condições extremamente duras que fizeram Hashima ser chamada de Ilha do Inferno.

Esses trabalhadores eram obrigados a realizar trabalho pesado por mais de 12 horas diárias em condições perigosas dentro da mina submarina. Viviam completamente isolados do mundo exterior, sem possibilidade de sair da ilha, numa situação que lembra outros casos históricos de isolamento forçado. A distribuição das moradias refletia claramente a hierarquia social, com os trabalhadores menos experientes ocupando os andares inferiores mais arriscados.

Nem todos os trabalhadores chegaram à ilha por vontade própria – Créditos: (depositphotos.com / leungchopan)
Nem todos os trabalhadores chegaram à ilha por vontade própria – Créditos: (depositphotos.com / leungchopan)

O que causou o abandono completo da ilha?

Durante décadas, a mina de carvão gerou lucros significativos e manteve a ilha próspera. Porém, quando o petróleo começou a substituir o carvão como principal fonte de energia no Japão, o modelo econômico de Hashima entrou em colapso rapidamente.

Os principais fatores que levaram ao esvaziamento total da ilha incluem:

  • Fechamento definitivo da mina pela Mitsubishi em 1974, eliminando a única razão econômica para a existência da comunidade na ilha.
  • Êxodo rápido de milhares de moradores em poucas semanas, deixando casas, móveis e pertences para trás na pressa de sair.
  • Deterioração acelerada dos edifícios de concreto expostos a tufões constantes e ar salgado do mar sem qualquer manutenção.
  • Reconquista gradual pela natureza, com plantas começando a crescer entre as ruínas e transformando a paisagem urbana em ambiente selvagem.

Confira o vídeo do canal INCRÍVEL que possui mais de 18 milhões de inscritos revelando o motivo de todos os habitantes terem deixado a ilha de Hashima, no Japão:

É possível conhecer a ilha fantasma atualmente?

Hashima ganhou fama mundial depois de aparecer como cenário no filme de James Bond Skyfall, lançado em 2012. Hoje, a ilha está na lista de Patrimônio Mundial da UNESCO desde 2015, embora essa classificação seja controversa devido ao histórico de trabalho forçado no local.

Visitantes podem conhecer Hashima apenas através de passeios de barco organizados, já que é proibido circular livremente devido ao risco de desabamentos. Somente 5% da área total está liberada para turistas caminharem com segurança. Para quem prefere explorar à distância, o Google Street View oferece um tour virtual completo pelos caminhos acessíveis da ilha, permitindo ver de perto as ruínas dos edifícios abandonados.

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