Esse estado brasileiro está pagando a conta mais alta do tarifaço americano

O impacto do tarifaço não foi distribuído de maneira uniforme, e um estado está arcando com o peso mais alto dessa nova política

26/08/2025 18:30

Entrou em vigor no início de agosto uma nova medida do governo dos Estados Unidos que atingiu em cheio as exportações brasileiras. Trata-se do chamado “tarifaço”: uma elevação tarifária de 50% sobre uma ampla gama de produtos nacionais que chegam ao mercado norte-americano.

Antes disso, a taxa era de 10%. No entanto, sob alegações econômicas imprecisas e motivado por tensões políticas recentes, o presidente dos EUA, Donald Trump, decretou em julho uma sobretaxa de mais 40%.

Com isso, exportadores brasileiros enfrentam agora uma carga pesada para manter seus negócios nos EUA, e o impacto não foi distribuído de maneira uniforme pelo país. Um estado, em especial, está arcando com o peso mais alto dessa nova política.

Esse estado brasileiro está pagando a conta mais alta do tarifaço americano

Segundo levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), o estado mais penalizado pela nova tarifa é justamente o Rio Grande do Sul.

O estudo aponta que 85,7% dos produtos industriais gaúchos exportados para os Estados Unidos passaram a ser atingidos pela nova tarifa de 50%. Em termos financeiros, isso representa US$ 1,58 bilhão de um total de US$ 1,85 bilhão em exportações.

Isso ocorre porque a maioria dos bens produzidos pela indústria gaúcha, como tabaco, madeira, calçados e celulose, não foram incluídos na lista de exceções divulgada pela Casa Branca.

Além disso, o Rio Grande do Sul tem uma dependência maior do comércio exterior do que a média brasileira. Enquanto a média nacional de receita industrial vinda de exportações é de 16,4%, no caso gaúcho esse índice sobe para 18,9%.

Essa exposição mais intensa ao mercado externo agrava o efeito da taxação.

Outros estados também estão sendo muito afetados pelo tarifaço

Outros estados também estão sendo duramente impactados, embora em menor grau. Minas Gerais aparece logo em seguida com 63,4% de suas exportações industriais aos EUA sujeitas à nova tarifa.

São Paulo vem na sequência, com 57,8%, seguido por Espírito Santo (53,5%) e Rio de Janeiro (32,8%).

Entre os setores mais afetados no Rio Grande do Sul estão o de calçados de couro, que já tem registrado paralisações e férias coletivas, e o de produtos metálicos, que tem quase metade da produção voltada para o mercado americano.

A medida, portanto, representa não apenas uma ameaça ao faturamento das empresas, mas também ao emprego em todo o estado.