Esses eclipses raros revelam parte do Sol que ninguém consegue ver normalmente

Lua bloqueia Sol completamente e mostra coroa brilhante ao redor

14/11/2025 12:26

Entre 2026 e 2028, três eclipses solares de grande magnitude atravessarão regiões estratégicas do planeta, oferecendo condições excepcionais para estudos científicos. Esses eventos atraem a atenção de observatórios internacionais pela oportunidade de coletar dados raros sobre a coroa solar e fenômenos atmosféricos.

Observatórios internacionais e agências espaciais costumam preparar missões e campanhas específicas para grandes eclipses, com ações logísticas e científicas distribuídas entre diferentes instituições ao redor do mundo. O Observatório Nacional brasileiro realiza frequentemente campanhas locais de monitoramento.

Durante um eclipse solar total, a Lua bloqueia completamente o disco solar
Durante um eclipse solar total, a Lua bloqueia completamente o disco solar

Quais são os eclipses previstos e quando acontecerão?

O primeiro grande evento ocorrerá em 12 de agosto de 2026, quando um eclipse solar total cruzará o Oceano Atlântico e partes da Europa. O segundo está marcado para 2 de agosto de 2027, atravessando o norte da África e a Península Arábica, enquanto o terceiro acontecerá em 22 de julho de 2028, percorrendo a Austrália e o Pacífico Sul.

Cada um desses fenômenos apresenta características específicas que os tornam cientificamente relevantes:

  • Eclipse de 2026 terá duração máxima de 2 minutos e 28 segundos na Espanha, favorecendo observações prolongadas da cromosfera
  • Eclipse de 2027 passará por áreas com baixa cobertura de nuvens no Egito, otimizando as condições de visibilidade
  • Eclipse de 2028 cruzará o território australiano durante o inverno local, permitindo medições atmosféricas complementares
  • Intervalo entre os eventos possibilita comparações sobre mudanças no ciclo de atividade solar ao longo de três anos

Por que esses eclipses são importantes para a ciência?

Durante um eclipse solar total, a Lua bloqueia completamente o disco solar, revelando a coroa externa que permanece invisível em condições normais. Essa camada de plasma superaquecido, com temperaturas superiores a um milhão de graus Celsius, contém informações cruciais sobre o aquecimento coronal e a origem do vento solar.

A NASA planeja usar espectrômetros de alta resolução para mapear a composição química da coroa em diferentes altitudes. O Observatório Nacional coordenará redes de telescópios terrestres para registrar simultaneamente variações na intensidade luminosa e campos magnéticos. Esses dados ajudam a calibrar modelos computacionais que preveem tempestades solares e seus impactos em satélites e sistemas de comunicação.

Como os observatórios estão se preparando para esses eventos?

Instituições científicas globais iniciaram preparativos logísticos complexos para posicionar instrumentos ao longo das faixas de totalidade. Equipes da Agência Espacial Europeia já realizam levantamentos de locais com infraestrutura adequada para montar estações temporárias de monitoramento em cada continente atravessado pelos eclipses.

Os principais investimentos em equipamentos e coordenação incluem:

  • Espectrógrafos portáteis projetados para capturar o espectro da coroa solar em múltiplos comprimentos de onda simultaneamente
  • Redes de câmeras sincronizadas distribuídas ao longo de centenas de quilômetros para criar mapas tridimensionais da atmosfera solar
  • Balões estratosféricos equipados com sensores capazes de medir mudanças na ionosfera durante o bloqueio da radiação solar
  • Acordos internacionais para compartilhamento de dados em tempo real entre observatórios de diferentes países
  • Campanhas educativas para treinar astrônomos amadores a contribuir com observações complementares validadas cientificamente
Durante um eclipse solar total, a Lua bloqueia completamente o disco solar
Durante um eclipse solar total, a Lua bloqueia completamente o disco solar

Onde será possível observar cada um desses fenômenos?

O eclipse de 2026 beneficiará observadores na Islândia, norte da Espanha e regiões mediterrâneas, com cidades como Oviedo, Palma de Mallorca, Tarifa, Ceuta e Melilla estão mais próximas da faixa central da totalidade, onde a duração do evento será significativa. Já o evento de 2027 favorecerá o Egito, especialmente as áreas próximas a Luxor, além de cruzar Gibraltar, sul da Espanha e partes da Arábia Saudita.

O último eclipse do trio, em 2028, terá sua melhor visualização na Austrália, atravessando Sydney e Brisbane antes de seguir para o Oceano Pacífico. Regiões da Nova Zelândia experimentarão um eclipse parcial com mais de 90% de obscurecimento solar. A proximidade temporal entre esses três eventos cria uma oportunidade rara para comparar dados coletados em diferentes latitudes e condições atmosféricas, enriquecendo as análises sobre comportamento solar.

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