Experiência extrema: picada mais dolorosa do mundo é insuportável

Pequena, mas poderosa: a formiga-cabo-verde (Paraponera clavata) mede apenas cerca de 30 mm, mas suas mandíbulas enormes e ferrão desproporcional tornam sua picada uma experiência que poucos humanos se atrevem a enfrentar.

O entomologista Justin O. Schmidt, que se expôs voluntariamente ao efeito da ferroada, descreve a dor como “pura, intensa e brilhante”, capaz de durar horas e, em alguns casos, até um dia inteiro.

A dor explicada pela ciência

Embora muitos já tenham sentido ferroadas de abelhas, vespas ou marimbondos, nenhuma chega perto da formiga-bala.

Essa espécie lidera a escala de dor de Schmidt, criada para classificar a intensidade das picadas de insetos de 0 a 4. Apenas três espécies alcançaram a pontuação máxima, e a formiga-cabo-verde foi a primeira a conquistar tal distinção.

A potência da ferroada se deve à poneratoxina, uma toxina que atua nos neurônios, mantendo os sinais de dor ativos por longos períodos.

A picada provoca tremores involuntários e uma sensação que Schmidt comparou a “caminhar sobre carvões em brasa com um prego cravado no calcanhar”. A toxina atua nos canais de sódio dependentes de voltagem, garantindo que o cérebro receba uma mensagem contínua de dor intensa.

Nativa das florestas tropicais da América Central e do Sul, a formiga-cabo-verde pesa até 60 mg e se diferencia de outras formigas pelas mandíbulas largas e ferrão longo, usados tanto para defesa quanto para captura de presas. As rainhas possuem asas até o acasalamento e são ligeiramente maiores que as operárias.

Apesar de sua aparência intimidadora, o perigo real não está no tamanho, mas na intensidade da dor causada. Schmidt testou pessoalmente 150 espécies de insetos ao longo da vida, registrando cada experiência, e concluiu: a formiga-bala é a rainha da dor no reino animal. Uma experiência fascinante, mas nada recomendada para curiosos.