Festa de aniversário de bebê reborn em Curitiba viraliza e reacende debate sobre colecionismo e preconceito
Caso ocorrido na capital do Paraná está dando o que falar nas redes sociais; entenda

Uma comemoração aparentemente inusitada em Curitiba se transformou em assunto polêmico nas redes sociais nesta semana.
A influenciadora digital e estudante de pedagogia Isabelle da Silva Rodrigues, de 23 anos, organizou uma festa de aniversário com direito a bolo, docinhos e decoração completa — mas a homenageada não era uma criança real, e sim Martina, um bebê reborn da sua coleção pessoal.
O vídeo da celebração, publicado por Isabelle em uma de suas redes sociais, ultrapassou 185 mil visualizações e rapidamente viralizou. Porém, junto com a fama vieram também os ataques. A publicação recebeu uma enxurrada de comentários negativos, muitos questionando a sanidade da jovem ou zombando do evento. O episódio reacendeu o debate sobre o colecionismo de bebê reborn e os limites entre o lúdico e o julgamento social.
Uma festa entre amigas — e colecionadoras
Segundo Isabelle, a festa foi apenas uma parte de um encontro com amigas que compartilham a mesma paixão: os bebês reborn. As bonecas, feitas à mão e com traços extremamente realistas, são objeto de fascínio, cuidado e expressão artística para um número crescente de pessoas no Brasil e no mundo.
“É o meu trabalho. A gente não trata como bebê de verdade, esse não é o intuito. A gente tem a percepção de que fantasia é uma coisa e realidade é outra”, explicou Isabell em entrevista ao portal G1; ela explicou ainda que começou a colecionar reborns aos 14 anos e já chegou a ter 20 exemplares. Hoje, mantém sete em casa.
A influenciadora também já se dedicou à confecção dessas bonecas e usa suas redes para compartilhar conteúdo sobre o tema, muitas vezes voltado ao público infantil.
@belrodriguesereborns #martinafaz3 #bebereborn #reborndoll #bonecarealista ♬ Hey, Soul Sister – Instrumental Pop Players
Expressão artística e vínculo afetivo
O universo dos reborns vai muito além da brincadeira. Para muitos colecionadores, como Isabelle, essas bonecas representam uma forma de expressão afetiva e artística. Os vídeos frequentemente encenam situações do dia a dia, como passeios e cuidados com o “bebê”, sempre com tom leve e criativo.
Mesmo assim, o julgamento nas redes foi implacável. Isabelle relata que ficou preocupada com os ataques e reforça que o colecionismo não deve ser confundido com delírio ou alienação. “É só uma obra de arte que a gente coleciona, que a gente gosta, é hobby. Bichinho de pelúcia não é cachorro de verdade, né? É igual homem que coleciona carrinho”, revelou.
Reflexão sobre o preconceito digital
O caso evidencia como conteúdos fora do convencional ainda são alvos fáceis de preconceito na internet. Em vez de curiosidade ou empatia, muitos usuários preferem o deboche.
Enquanto lida com a repercussão, Isabelle segue firme em sua paixão e no desejo de continuar produzindo conteúdo sobre o mundo reborn.
Em tempos em que tudo é compartilhado e amplificado online, talvez o caso da Martina nos convide a olhar com mais gentileza para aquilo que não compreendemos de imediato — ou, no mínimo, a comentar com mais respeito. Afinal, por trás de cada vídeo há uma pessoa, uma história e, às vezes, um simples desejo de brincar.
Em disputa inusitada nos tribunais do Brasil, ex-casal briga por guarda de bebê reborn
Em um cenário cada vez mais marcado por novas formas de afeto e vínculos familiares, um caso curioso tem chamado atenção não só nas redes sociais, mas também no meio jurídico.
Uma advogada divulgou, recentemente, o atendimento a uma cliente que deseja formalizar na Justiça a guarda compartilhada… de uma bebê reborn — aquelas bonecas hiper-realistas que imitam com perfeição recém-nascidos humanos.