Fortes chuvas formam lagos no Deserto do Saara e imagens são simplesmente deslumbrantes

Seca persistia na região há mais de seis anos

Por André Nicolau
10/10/2024 17:21

Chuvas fortes no Saara: Em Tagounite, vilarejo no sudeste do Marrocos, caíram impressionantes 100 milímetros de chuva em apenas 24 horas, após seis anos de seca implacável – reprodução/imagebrokermicrostock
Chuvas fortes no Saara: Em Tagounite, vilarejo no sudeste do Marrocos, caíram impressionantes 100 milímetros de chuva em apenas 24 horas, após seis anos de seca implacável – reprodução/imagebrokermicrostock - reprodução/imagebrokermicrostock

Após semanas de intensas tempestades, o Deserto do Saara, um dos ambientes mais áridos do planeta, testemunhou um cenário quase surreal: inundações inesperadas causadas por chuvas que chegaram a mais 100 milímetros, em apenas 24 horas, no sudeste do Marrocos.  

As precipitações, que há décadas não visitavam essa imensidão de dunas e palmeiras, transformaram trechos do deserto em verdadeiros oásis temporários.

Normalmente imune às chuvas durante o verão, o Saara foi surpreendido por uma tempestade extratropical, fenômeno raro que promete alterar o clima da região nos próximos meses.

Com uma média anual de menos de 250 milímetros de chuva – e em alguns locais, não mais que uma dezena –, o deserto viu essa marca ser superada em poucos dias.  

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Impactos das fortes chuvas no Deserto do Saara

As autoridades marroquinas, que já enfrentavam dificuldades com o racionamento de água, agora esperam que essas chuvas ajudem a reabastecer os preciosos reservatórios que sustentam as comunidades da região.

Contudo, mesmo com a recarga dos aquíferos subterrâneos, o impacto das chuvas sobre a seca permanece incerto.Isso porque, embora as tempestades sejam revigorantes para o solo, elas também deixaram um rastro de destruição, vitimando ao menos 20 pessoas no Marrocos e na Argélia, além de danos às estradas, redes elétricas e ao sistema de distribuição de água potável.

Curiosamente, a Nasa já havia detectado sinais de aumento da umidade e até mesmo de vegetação no Saara no final do mês passado, evidenciando como essas chuvas anômalas estão temporariamente revivendo a paisagem desértica.