Livro narra período turbulento de Bolsonaro no Exército

O jornalista Luiz Maklouf Carvalho questiona decisão da Justiça Militar que inocentou Bolsonaro de planejar atentados

26/07/2019 08:30

Em 1987, o capitão de artilharia e paraquedista Jair Messias Bolsonaro foi acusado de planejar ataques a bombas em quartéis do Rio de Janeiro em protesto contra os baixos salários da corporação.

Bolsonaro foi julgado e absolvido pelo Superior Tribunal Militar (STM) por 9 votos a 4.

O episódio, que marcou o fim da carreira militar de Bolsonaro e o início de sua vida política, é narrado no livro “O cadete e o capitão”, do jornalista Luiz Maklouf Carvalho, do Estadão.

Livro reconstitui o turbulento período de Bolsonaro no Exército
Livro reconstitui o turbulento período de Bolsonaro no Exército - Reprodução/Veja

A obra, que será lançada no dia 7 de agosto, faz um recorte da fase mais conturbada da época militar de Bolsonaro.

Maklouf analisou mais de 700 páginas do processo e 31 arquivos com as gravações inéditas da sessão do julgamento no STM que absolveu Bolsonaro. O livro levanta dúvidas sobre a absolvição e questiona uma suposta armação “para livrar o capitão” no julgamento final.

De acordo com o jornalista, os ministros do STM ignoraram os laudos grafotécnicos da principal prova do caso –análises de quem seria o autor de um croqui sobre como fazer e onde colocar uma bomba. Para tanto, uma artimanha da defesa teria sido fundamental: dizer que existiam quatro laudos válidos em vez dos dois existentes.

Croqui, que teria sido feito pot Bolsonaro, mostra onde colocar as bombas
Croqui, que teria sido feito pot Bolsonaro, mostra onde colocar as bombas - Reprodução/Veja