Após 55 anos, mulheres descobrem que foram trocadas na maternidade
Caso inédito no Reino Unido ganhou repercussão em todo o mundo; entenda o caso
Em uma história surpreendente no Reino Unido, duas mulheres de 55 anos descobriram, por puro acaso, que foram trocadas ao nascer. A história foi revelada ocasionalmente, quando uma das famílias resolveu fazer testes de DNA por uma simples curiosidade, que transformaria a vida de duas famílias britânicas.
Com identidade das mulheres preservadas, os tabloides ingleses estão tratando a família com os nomes de Tony, que teve a ideia de fazer os testes de DNA, Claire (a “nova” irmã) e Jessica (a irmã com a qual o homem foi criado). A mãe de Tony e Claire foi identificada como Joan.
Para além da repercussão mundial, o caso inédito, que chocou as famílias envolvidas, desencadeou um processo contra o governo britânico, que tem o objetivo de reparar os impactos psicológicos e emocional causados pelo episódio ocorrido há mais de cinco décadas.
- Harvard revela os 5 hábitos que podem acrescentar 10 anos à sua vida
- Fase do sono pode ser crítica para o risco de demência; entenda
- Autismo sem diagnóstico: conheça os sinais sutis que podem ser ignorados facilmente
- Estes sintomas do Alzheimer surgem a partir dos 30 anos
Tudo começou em 2022 quando Jessica deu um teste de DNA de presente ao irmão. Em meio às muitas coincidências, dois anos antes, Claire também havia ganhado um kit de DNA do filho. A história ganha novos contornos quando Jessica, que também resolveu aderir ao exame, descobriu não ser irmã de Tony. O resultado do mapeamento genético apontava uma nova parente na família.
Movido pela surpresa, Tony entrou em contato com Claire, sua “nova irmã” genética, e ambos começaram uma troca de e-mails. Quando Tony descobriu que Claire nascera no mesmo hospital que Jessica, as peças do quebra-cabeça começaram a se encaixar, revelando a possível troca no hospital de West Midlands.
Como as mulheres foram trocadas?
Em entrevista à BBC, Joan, mãe biológica de Claire, lembrou que pretendia um parto em casa, mas precisou ir ao hospital devido a uma elevação súbita de pressão.
Após o nascimento, Claire foi levada ao berçário para descanso da mãe, junto com outras crianças. Ambas as meninas, separadas por apenas 1h30 de diferença, tinham semelhanças físicas, mas com uma notável diferença na cor do cabelo — um detalhe, no entanto, que na época não levantou suspeitas.
Estranha no ninho
Desde cedo, Claire percebia que era muito diferente dos pais com quem cresceu e chegou a desconfiar que tivesse sido adotada. Quando fez o teste de DNA, percebeu que não tinha conexão com as origens familiares e descobriu parentes desconhecidos. Em 2022, uma notificação confirmou suas suspeitas: ela tinha um novo irmão biológico.
Foi então que um segundo teste de DNA colocou um ponto final ao mistério. Munida das evidências, Claire procurou Joan, sua mãe biológica, e logo se integrou à nova dinâmica familiar. Claire e Joan se descobriram parecidas em vários gostos e hábitos, como a preferência por chá e o estilo de roupas. A relação entre mãe e filha se fortaleceu rapidamente, e as duas chegaram a viajar juntas para explorar suas raízes e conhecer outros parentes.
Impactos para a família
A revelação inesperada, porém, abalou o relacionamento com Jessica. A “nova irmã” e Jessica não se deram bem, e Jessica acabou se afastando da família, parando inclusive de chamar Joan de mãe.
Embora a história soe como enredo de novela, erros de troca de bebês em hospitais são extremamente raros e, no Reino Unido, esse foi o primeiro caso registrado.
A descoberta acidental, motivada por simples curiosidade, trouxe à tona laços rompidos, identidades desconhecidas e um processo legal que busca justiça para um engano que mudou vidas para sempre.