Nova vacina contra o câncer apresenta resultados impressionantes e acende esperanças de tratamento universal

Pesquisadores americanos da Universidade da Flórida veem resultado promissor com vacina "universal" contra vários tipos de câncer

27/08/2025 09:00

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Flórida (EUA) trouxe novas perspectivas no combate ao câncer através de uma vacina experimental que, teoricamente, funciona para “todos os tipos” de câncer.

A vacina é feita de um RNA capaz de estimular o sistema imunológico a atacar diferentes tipos de tumores, inclusive os mais resistentes a terapias já existentes. Os resultados foram publicados na última quinta-feira (18), na revista Nature Biomedical Engineering.

Como funciona a vacina contra o câncer?

Diferentemente de outras vacinas em desenvolvimento, que são personalizadas para cada tipo de câncer, a proposta da equipe americana é criar uma formulação genérica, capaz de acionar o organismo de forma ampla, como se fosse para infecções virais.

Essa estratégia desencadeou uma resposta imune intensa, fazendo com que as células de defesa reconhecessem e eliminassem células tumorais. “O surpreendente é que uma vacina sem alvo específico conseguiu provocar uma atividade anticâncer tão significativa”, destacou Elias Sayour, oncologista pediátrico e líder do estudo.

Nos testes em camundongos, a vacina foi aplicada em conjunto com medicamentos já usados na imunoterapia, conhecidos como inibidores de checkpoint imunológico, como o anti-PD-1. A combinação mostrou alta eficácia contra melanomas.

Em alguns modelos, os tumores desapareceram completamente. Houve também resultados positivos em cânceres ósseos e cerebrais. O mecanismo que potencializou a resposta foi a indução da proteína PD-L1 nos tumores, tornando-os mais visíveis às células de defesa.

A tecnologia utilizada segue a mesma base das vacinas contra a covid-19, como as da Pfizer e da Moderna, que utilizam nanopartículas lipídicas para levar instruções genéticas às células.

Em 2023, o mesmo grupo já havia testado em pacientes uma vacina personalizada contra glioblastoma, mas a novidade agora é propor uma formulação universal.

O próximo passo é avançar para testes clínicos em humanos. Caso os resultados sejam replicados, pode ser uma nova era na oncologia.