O fim começou? O que está acontecendo na Antártida pode afundar cidades inteiras

Aumento da temperatura na Antártida tem desencadeado uma série de mudanças interligadas que ameaçam diversas cidades

25/08/2025 14:30

O aquecimento global, impulsionado por décadas de emissões desenfreadas de gases de efeito estufa, está alterando drasticamente o equilíbrio climático da Terra.

Um dos cenários mais críticos dessa transformação ocorre na Antártida, onde o aumento da temperatura tem desencadeado uma série de mudanças interligadas, que são aquelas mudanças que não apenas agravam o próprio aquecimento global, mas também ameaçam diretamente cidades costeiras em todos os continentes.

O fim começou? O que está acontecendo na Antártida pode afundar cidades inteiras

O continente gelado está deixando de ser aquele ambiente remoto e estável. Desde 2014, o gelo marinho que envolve a Antártida vem diminuindo de forma acentuada, permitindo que as águas escuras do oceano absorvam mais calor solar.

Esse processo, conhecido como retroalimentação positiva, acelera o derretimento do gelo restante.

Ao mesmo tempo, as gigantescas plataformas de gelo que flutuam junto ao continente estão se tornando mais vulneráveis à ação das ondas e das correntes quentes que penetram abaixo delas, comprometendo sua estrutura e aumentando a instabilidade das geleiras terrestres.

Esse degelo tem outro efeito grave: o enfraquecimento das correntes oceânicas profundas. A Circulação de Revolvimento Antártico, que ajuda a distribuir o calor e a capturar o dióxido de carbono nos oceanos, está mostrando sinais claros de desaceleração.

Se essas correntes diminuírem significativamente, o impacto poderá ser global, afetando a regulação climática, reduzindo a oxigenação marinha e alterando padrões de chuva e temperatura em diversas regiões do planeta.

Elevação do nível do mar é consequência das mudanças na Antártida

A consequência mais visível e imediata dessas transformações, porém, é a elevação do nível do mar. A camada de gelo da Antártida Ocidental, por si só, contém volume suficiente para elevar os oceanos em mais de cinco metros.

Se essa massa de gelo atingir um ponto de colapso, algo que alguns cientistas consideram cada vez mais provável, cidades costeiras como Nova York, Xangai, Rio de Janeiro e Amsterdã podem enfrentar inundações irreversíveis nas próximas décadas ou séculos.

Evitar esse cenário exige mais do que conservação local. Embora proteger ecossistemas antárticos seja crucial, o fator determinante é a redução drástica e imediata das emissões de carbono.

Cada fração de grau a menos no aquecimento global representa uma chance a mais de conter essa reação em cadeia antes que seja tarde demais.