Perigo invisível: ameba comedora de cérebros invade abastecimento de água

A infecção se dá quando a água contaminada entra pelo nariz

23/08/2025 21:00

Autoridades de saúde da Austrália confirmaram recentemente a presença da ameba Naegleria fowleri em água potável de Charleville e Augathella, no sudoeste de Queensland. A detecção provocou a preocupação devido à associação da ameba com a meningoencefalite amebiana primária, uma infecção cerebral rara e frequentemente fatal.

A infecção se dá quando a água contaminada entra pelo nariz, permitindo que o microorganismo alcance o cérebro.

A infecção se dá quando a água contaminada entra pelo nariz
A infecção se dá quando a água contaminada entra pelo nariz - Imagem de Jonas Kim por Pixabay

Riscos

A Naegleria fowleri, também conhecida como “ameba devoradora de cérebros”, é encontrada em águas doces e solos não tratados, prefere temperaturas entre 25°C e 40°C. O principal risco está nas atividades recreativas aquáticas.

Ingerir ou usar a água para atividades cotidianas, como beber e lavar roupas, não apresenta riscos significativos de infecção.

Mortes raras

Embora as infecções por Naegleria fowleri não sejam frequentes, elas são extremamente perigosas. A meningoencefalite amebiana primária tem uma taxa de mortalidade de mais de 97%.

Nos Estados Unidos, desde 1962, apenas quatro pessoas sobreviveram à doença. A condição avança rapidamente, iniciando com sintomas como febre e dor de cabeça, evoluindo para alucinações e coma em poucos dias.

Mudança climática

As pesquisas sugerem que a mudança climática pode estar criando condições mais favoráveis para a propagação da Naegleria fowleri, especialmente em regiões tradicionalmente mais frias agora expostas a aumentos de temperatura.

Esse fato, apoiado por estudos, ressalta a importância de monitorar as condições climáticas e suas implicações para a saúde pública.

Medidas de prevenção

Diante do alerta, as autoridades de saúde recomendam várias medidas preventivas. Evitar nadar em águas potencialmente contaminadas e usar prendedores nasais ao realizar atividades aquáticas são práticas aconselháveis.

A cloração apropriada e o tratamento da água também são essenciais para reduzir os riscos. A conscientização pública é crucial para evitar infecções e proteger a saúde da população.