Por que ouvimos nossa própria voz diferente quando vemos um áudio nosso?
Você nunca ouve sua voz como ela realmente é e esse motivo vai te surpreender
Ao ouvir uma gravação da própria voz, muitas pessoas se surpreendem ao notar um som que parece diferente do que elas normalmente percebem enquanto falam, o que pode causar desconforto e estranheza.

Como a nossa voz é percebida de forma diferente pelo crânio e pelo ar
A percepção da própria voz ocorre de duas maneiras: pela condução aérea e pela condução óssea. Durante a fala, o som viaja pelo ar até os ouvidos, mas também ressoa através dos ossos do crânio, produzindo vibrações distintas no ouvido interno.
Na condução óssea, o som chega à cóclea com frequências mais baixas, tornando a voz percebida por nós mesmos mais grave e suave. Já a gravação capta apenas o som transmitido pelo ar, suprimindo essas frequências graves e deixando o timbre mais agudo e estranho.

Por que a voz gravada soa tão diferente e costuma causar desconforto
Quando ouvimos uma gravação, captamos apenas as ondas sonoras transmitidas pelo ar, sem as ressonâncias ósseas, o que cria um contraste com o que estamos acostumados. Essa diferença pode gerar estranhamento, pois desafia a autoimagem auditiva construída ao longo dos anos.
Vários fatores ajudam a explicar por que esse desconforto ocorre ao ouvir a própria voz de maneira externa. Confira alguns deles:
- Autoimagem auditiva: criação mental de como imaginamos que nossa voz soa.
- Distorção de frequências: ausência, na gravação, das frequências transmitidas pelo crânio.
- Surpresa cognitiva: diferença entre a voz que ouvimos internamente e a externa.
- Autocrítica: tendência a analisar a própria fala com mais rigor quando escutada pelo áudio.
Aqui embaixo você vai encontrar um vídeo do canal do TikTok fonosarasimoes, explicando por que a voz pode sair diferente nos áudios do WhatsApp e o que influencia essa mudança na gravação.
O que acontece no cérebro ao comparar a voz interna e a gravada
O cérebro associa, desde a infância, uma qualidade e um timbre específicos à própria fala, formando uma expectativa sobre como nossa voz deveria soar. Quando ouvimos uma gravação, essa expectativa não é correspondida, o que pode gerar incômodo.
A dificuldade do cérebro em adaptar-se a esse novo padrão auditivo pode causar frustração e sensação de estranhamento, pois a voz real não corresponde ao padrão mental armazenado.
É possível se acostumar com o som real da própria voz
Com a exposição frequente à própria voz gravada, o cérebro ajusta lentamente as expectativas quanto ao timbre real. Profissionais da comunicação relatam que o desconforto diminui após ouvirem repetidas vezes seus próprios áudios.
O hábito de escutar gravações pessoais pode tornar a experiência menos desconfortável ao longo do tempo, reduzindo a diferença percebida entre a voz interna e externa.