Prometeu: A árvore que viveu 5.000 anos e foi derrubada por erro humano
O Prometeu era um pinheiro bristlecone da Grande Bacia, uma espécie rara conhecida por sua extraordinária longevidade
Um erro científico cometido em 1964 encerrou a vida de um pinheiro milenar chamado Prometeu que havia sobrevivido por quase 5 mil anos nas montanhas de Nevada, nos Estados Unidos, mudando para sempre as regras de proteção ambiental no mundo todo.

Como uma árvore sobreviveu cinco milênios nas montanhas?
O Prometeu era um pinheiro bristlecone da Grande Bacia, uma espécie rara conhecida por sua extraordinária longevidade. Localizado em uma encosta isolada do Wheeler Peak em Nevada, essa árvore havia resistido a geleiras, secas extremas e condições climáticas severas por aproximadamente 5 mil anos.
As características que permitiram sua sobrevivência incluem:
- Capacidade de resistir a temperaturas extremamente baixas e períodos prolongados de seca nas montanhas altas americanas.
- Aparência modesta e tamanho discreto que não chamavam atenção, diferente de outras árvores milenares mais imponentes visualmente.
- Sistema de crescimento extremamente lento que preservava energia e permitia adaptação gradual às mudanças climáticas ao longo dos séculos.
- Existência anterior ao surgimento das grandes civilizações humanas, testemunhando praticamente toda a história escrita da humanidade.

Por que os cientistas decidiram cortar a árvore milenar?
Em 1964, Donald Rusk Currey, um estudante de pós-graduação, estava estudando os anéis de crescimento das árvores antigas quando tomou a decisão fatídica de cortar o Prometeu. Naquela época, a dendrocronologia dependia de métodos mais invasivos e as medidas de proteção ambiental ainda não haviam evoluído adequadamente.
Existem versões diferentes sobre os motivos exatos que levaram ao corte. Uma teoria afirma que a ferramenta de coleta de amostras ficou presa no tronco da árvore e não podia ser removida, forçando uma decisão drástica. Outra versão sugere que Currey precisava da seção transversal completa do tronco para continuar sua pesquisa científica. O único fato confirmado é que ele possuía autorização oficial do Serviço Florestal e ninguém suspeitava da verdadeira idade do Prometeu antes do corte.
Confira o vídeo do canal MyLifeOutdoors (em inglês), com mais de 340 mil visualizações mostrando a árvore Prometeu, uma das mais antigas do mundo:
Quando a verdade sobre a idade foi descoberta?
A verdade devastadora foi revelada apenas depois que a árvore milenar já havia sido destruída. Quando Currey retornou para casa e começou a contar cuidadosamente os anéis do tronco, percebeu com horror que havia cortado uma árvore com idade aproximada de 5 mil anos.
Os detalhes da descoberta revelam aspectos importantes desse episódio trágico:
- Anos depois do ocorrido, Currey admitiu publicamente que sabia que a árvore era bastante antiga, mas jamais imaginou a magnitude do erro cometido.
- Embora o Prometeu não tenha sido oficialmente confirmado como a árvore mais velha do planeta, sua perda marcou profundamente a comunidade científica mundial.
- A descoberta tardia da verdadeira idade gerou debates intensos sobre os limites éticos da pesquisa científica em organismos vivos únicos.
- O episódio expôs a fragilidade dos protocolos de proteção ambiental existentes na década de 1960 e a necessidade urgente de reformulá-los.

Que mudanças esse erro provocou na ciência ambiental?
O corte do Prometeu funcionou como um alerta permanente para a comunidade científica e ambiental global. A partir daquele momento, as políticas de proteção de árvores antigas tornaram-se significativamente mais rigorosas e os métodos de pesquisa científica foram adaptados para práticas menos invasivas.
O legado deixado pelo Prometeu permanece vivo até hoje. Ele ensinou que o conhecimento sem respeito pela natureza pode destruir exatamente aquilo que tentamos compreender, transformando um erro irreversível em lição permanente para as gerações futuras de cientistas e conservacionistas que trabalham com organismos vivos raros.
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