Por que a rolha da garrafa pode se despedaçar? Especialistas explicam o que está por trás do problema
A resposta envolve fatores como tempo de envelhecimento da garrafa, umidade, qualidade da rolha e técnica de abertura

Quem já tentou abrir uma garrafa de vinho e acabou com a rolha esfarelada sabe como isso pode ser frustrante. Mais do que um contratempo, o rompimento da rolha pode indicar falhas de conservação, armazenamento ou até mesmo um problema de fabricação. Mas afinal, por que isso acontece?
A resposta envolve fatores como tempo de envelhecimento da garrafa, umidade, qualidade da rolha e técnica de abertura. E entender essas causas pode evitar surpresas na hora de servir.
Envelhecimento: o tempo também afeta a rolha
Assim como o vinho envelhece dentro da garrafa, a rolha também passa por mudanças. Com o tempo, o material — geralmente feito de cortiça natural — tende a ressecar, tornando-se mais frágil. Quando isso acontece, qualquer tentativa de abertura pode fazer com que ela se despedace.
O ideal, segundo enólogos, é armazenar garrafas deitadas, para que o líquido mantenha a rolha ligeiramente umedecida e evite o ressecamento. Quando a garrafa fica em pé por longos períodos, a cortiça perde sua elasticidade, o que aumenta o risco de quebra.
Umidade e temperatura fazem toda a diferença
Outro fator que afeta diretamente a integridade da rolha é o ambiente em que a garrafa está armazenada. Ambientes secos ou com grandes variações de temperatura favorecem o ressecamento do material. Já locais muito úmidos podem causar o apodrecimento da cortiça, fazendo com que ela se desfaça ao menor toque.
Especialistas recomendam manter vinhos longe da luz direta e em locais com temperatura estável entre 12 °C e 18 °C, com umidade relativa do ar entre 60% e 70%. Essas condições ajudam a preservar tanto o líquido quanto a rolha.
Nem toda rolha é igual: qualidade importa
A qualidade da rolha também interfere. Rolhas naturais, feitas 100% de cortiça, tendem a durar mais e preservar melhor o conteúdo da garrafa. Já as versões aglomeradas, produzidas com sobras de cortiça compactadas, são mais econômicas — mas também menos resistentes.
Além disso, algumas bebidas utilizam rolhas sintéticas, que evitam o ressecamento, mas podem comprometer a micro-oxigenação necessária para o envelhecimento de certos vinhos.

Técnica de abertura: cuidado também evita danos
Por fim, a maneira como a garrafa é aberta influencia bastante. Usar um saca-rolhas inadequado, aplicar força em excesso ou inserir o espiral de forma errada são erros comuns que acabam danificando a cortiça.
O ideal é usar um saca-rolhas do tipo “sommelier” ou de dois tempos, inserindo o espiral no centro da rolha com firmeza e puxando de forma controlada. Se a rolha já estiver danificada, uma boa dica é usar um abridor de lâminas finas, chamado Ah-So, que retira a rolha sem perfurá-la.
Quando a rolha quebra, o vinho ainda está bom?
Nem sempre uma rolha quebrada significa que o vinho está comprometido. Se não houver sinais de oxidação — como cheiro avinagrado ou cor amarronzada —, a bebida pode ser consumida normalmente. Basta coar antes de servir, se necessário.
Porém, se a rolha se desfez por completo ou apresenta mofo, bolor ou odor estranho, é sinal de que o conteúdo pode ter sido contaminado.
Uma rolha despedaçada pode ser apenas um incidente simples ou o alerta de que algo não está certo com o armazenamento da garrafa. Entender as causas ajuda a evitar desperdícios e a manter a experiência do vinho completa — do abrir ao brindar.
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