Sol laranja e céu vermelho: professores fazem alerta sobre o fenômeno

Embora a coloração seja bonita, o sol laranja, quase vermelho, é um acontecimento alarmante; professor esclarece evento climático

12/09/2024 18:23

Nas últimas semanas, um fenômeno tem chamado a atenção da população de grande parte do Brasil: o sol laranja, quase vermelho.

Esse efeito visual, embora atraente para fotos, indica um problema muito maior. 

Sol laranja e céu vermelho
Sol laranja e céu vermelho - iStock/BriBar

O que está deixando o sol laranja?

Especialistas alertam para um bloqueio atmosférico ao sul do Brasil e a presença de uma massa de ar seco, conhecida como massa tropical continental, que está provocando uma crise ambiental significativa.

“Esse bloqueio impede a chegada de frentes frias e intensifica a seca no Brasil central e no sul”, explica o professor de geografia Alexandre Groth, da plataforma Professor Ferretto.

Esse ambiente seco favorece o aumento das queimadas, que, por sua vez, liberam fuligem e poluentes na atmosfera. Essa poluição faz com que o céu adquira uma coloração alaranjada.

Recentemente, a região metropolitana de São Paulo, por exemplo, acabou sendo classificada com ar muito ruim pelo IQAir.

Qual é o impacto das partículas na cor do céu?

Durante o pôr do sol, ele está mais próximo do horizonte, o que significa que a luz solar tem que atravessar uma camada maior de atmosfera.

Ao atravessar a camada atmosférica ocorre uma dispersão (espalhamento) da luz em diferentes direções. 

“A presença de partículas em suspensão na atmosfera, tais como poeiras, aerossóis, fumaça ou poluentes, pode afetar a cor do céu durante o pôr do sol intensificando os tons laranja e avermelhados do céu”, diz o professor de física André Coelho.

Quais são os efeitos na saúde e no meio ambiente?

A poluição e o ar extremamente seco não apenas afetam a cor do céu, mas também têm impactos negativos significativos.

“O ar extremamente seco eleva as temperaturas diurnas, tornando o calor ainda mais intenso e potencializando as queimadas. À noite, embora as temperaturas possam cair, o calor extremo do dia e a poluição persistente geram um ambiente perigoso para a saúde e o meio ambiente”, ressalta Groth.

O professor Groth ressalta que o fenômeno observado no céu pode ser um sinal de uma crise ambiental mais ampla e que medidas devem ser tomadas para enfrentar esses desafios.

“Fique atento às condições climáticas e às ações necessárias para enfrentar essa situação. O que estamos vendo no céu pode ser apenas a ponta do iceberg de um problema muito maior”, finaliza o professor de Geografia.