Travessa explode após sair do forno e vídeo de influencer viraliza; saiba o que fazer para isso não acontecer com você

Da próxima vez que o forno apitar, lembre-se: travessas quentes gostam de superfícies acolhedoras

23/05/2025 18:15 / Atualizado em 03/06/2025 16:39

Da próxima vez que o forno apitar, lembre-se: travessas quentes gostam de superfícies acolhedoras – Instagram/Reprodução
Da próxima vez que o forno apitar, lembre-se: travessas quentes gostam de superfícies acolhedoras – Instagram/Reprodução

Na timeline de Isabela Braga, tudo ia bem — até que um sanduíche de presunto e queijo, recém-saído do forno, se transformou em manchete explosiva.

Bastou o marido da influenciadora apoiar a travessa fervendo direto na pia fria para o vidro se estilhaçar como fogos de artifício. O vídeo, claro, viralizou. Teve gente rindo do “casal novato na cozinha”; teve gente lembrando o perigo real que a cena escancara: o famoso choque térmico.

O que acontece dentro do vidro?

Imagine uma avenida em horário de pico: carros aceleram, freiam, mudam de faixa — uma bagunça. É mais ou menos isso que ocorre nas moléculas do vidro quando ele sai do forno (pense em 200 °C) e encontra uma superfície abaixo dos 20 °C.

A parte que encosta na pia esfria num piscar de olhos, encolhendo. A parcela interna, ainda quente, continua dilatada. Resultado: forças opostas brigam por espaço até que o material não aguenta e… boom!

Água fria ou superfícies molhadas potencializam o choque, o que consequentemente pode provocar uma explosão – iStock/Dawlycr7
Água fria ou superfícies molhadas potencializam o choque, o que consequentemente pode provocar uma explosão – iStock/Dawlycr7 - Getty Images

Nem todo vidro é igual

  • Vidro temperado: costuma aguentar mudanças bruscas de até 150 °C porque recebe um tratamento que cria “camadas” mais resistentes por fora. 
  • Vidro comum ou cerâmica simples: delicados; qualquer microfissura vira porta de entrada para o desastre. 
  • Modelos borossilicato (tipo Pyrex original): suportam amplitudes térmicas maiores, mas ainda assim têm limite.

Os riscos além da “bagunça”

Fragmentos quentes podem voar a metros de distância e causar cortes profundos ou queimaduras. Se houver crianças ou pets por perto, o perigo é maior — sem falar no susto que faz muita gente se desequilibrar na cozinha.

Como driblar o choque térmico sem perder o humor

  • Faça uma “pista de pouso” segura

Tenha sempre por perto uma tábua de madeira grossa, um descanso metálico do fogão ou mesmo um pano dobrado  e seco. São escudos térmicos simples e eficazes.

  • Evite o casamento lava-louças + assadeira fervendo

Água fria ou superfícies molhadas potencializam o choque. Se precisar lavar a peça, espere alguns minutos para a temperatura cair.

  • Cheque o material antes de comprar

Prefira travessas indicadas como “resistentes a choques térmicos” ou “para forno e freezer” (mas leia o manual — existe um limite de temperatura informado pelo fabricante).

  • Inspecione as cicatrizes

Qualquer trinca, pontinho de estilhaço ou lasca é sinal de aposentadoria imediata. Um vidro “machucado” quebra muito mais fácil.

Moral da história

Na cozinha, nem toda explosão rende likes — algumas rendem pontos no pronto-socorro. Portanto, da próxima vez que o forno apitar, lembre-se: travessas quentes gostam de superfícies acolhedoras. E se o sanduíche ficar morno enquanto você ajeita o descanso, tudo bem. Melhor degustar um misto sem estresse do que transformar o lanche em espetáculo pirotécnico.