Um rover da NASA encontrou algo em Marte que não deveria estar lá
Batizada de Phippsaksla, a rocha possui cerca de 80 centímetros de diâmetro e destaca-se visualmente na paisagem marciana
O rover Perseverance fez descoberta intrigante ao identificar uma rocha com características completamente diferentes do material marciano típico. A composição química do objeto sugere origem externa ao planeta vermelho, possivelmente vinda do espaço profundo.
Batizada de Phippsaksla, a rocha possui cerca de 80 centímetros de diâmetro e destaca-se visualmente na paisagem marciana. Análises preliminares revelaram composição metálica rara que intriga cientistas da agência espacial norte-americana.

O que torna essa rocha marciana tão diferente das demais?
A aparência escultural e elevada da Phippsaksla contrasta drasticamente com as rochas fragmentadas, baixas e planas que predominam na região de Vernodden. Cientistas notaram imediatamente que o objeto não se encaixava no padrão geológico esperado para a cratera Jezero.
As características únicas que chamaram atenção dos pesquisadores incluem aspectos visuais e químicos distintos:
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- Formato alongado e esculpido que difere completamente das formações rochosas fragmentadas ao redor na cratera
- Altos níveis de ferro e níquel detectados pela SuperCam, combinação típica de meteoritos metálicos interestelares
- Composição química indicando formação no núcleo de asteroides massivos durante os primórdios do Sistema Solar
- Posicionamento ereto e destacado que facilitou identificação visual antes mesmo das análises químicas detalhadas

Por que essa descoberta surpreende os especialistas da NASA?
Embora outros rovers já tenham identificado meteoritos em Marte anteriormente, incluindo exemplares com mais de um metro de diâmetro, esta é a primeira vez que o Perseverance encontra esse tipo específico de objeto. A ausência de meteoritos metálicos na cratera Jezero até agora era inesperada, considerando a idade da região.
Especialistas explicam que toda superfície marciana foi moldada por impactos ao longo de milhões de anos, com meteoros atingindo o planeta constantemente. Porém, meteoritos ricos em ferro e níquel representam apenas cerca de um em cada vinte que caem em Marte, tornando achados como este relativamente raros.
Que informações essa rocha pode revelar sobre o Sistema Solar?
Meteoritos metálicos funcionam como cápsulas do tempo que preservam informações sobre eventos cósmicos violentos ocorridos há bilhões de anos. A Phippsaksla pode conter registros sobre colisões de asteroides que moldaram a formação do nosso sistema planetário primitivo.
Se confirmada oficialmente como meteorito após análises adicionais, a rocha oferecerá dados valiosos sobre processos que cientistas estudam:
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- Formação de núcleos de asteroides massivos quando minerais pesados se consolidaram em rochas aquecidas no início do Sistema Solar
- Trajetórias de objetos interestelares que atravessaram o espaço antes de colidir com a superfície marciana
- História geológica de Marte e frequência de impactos de meteoritos ao longo de diferentes eras planetárias
- Possível inclusão na lista prioritária da futura missão de retorno de amostras marcianas para análise na Terra
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A aparência escultural e elevada da Phippsaksla contrasta drasticamente com as rochas fragmentadas – Imagem ilustrativa
O Perseverance já fez outras descobertas importantes em Marte?
Além do meteorito recém-identificado, o rover Perseverance já realizou diversos achados significativos durante seus cinco anos explorando a cratera Jezero. Esta região foi escolhida justamente por poder ter abrigado água no passado, tornando-se local ideal para buscar vestígios de vida antiga.
Recentemente, o rover fotografou rochas com padrões de manchas que cientistas consideram algumas das evidências mais promissoras até hoje sobre possível existência de vida no planeta vermelho. Compostos orgânicos e minerais associados à presença de água foram detectados, alimentando esperanças de que Marte possa revelar segredos sobre vida extraterrestre em futuras análises laboratoriais na Terra.