37 filmaços de grandes cineastas para assistir na Netflix

Por: Amauri Terto

A lista de mestres do cinema mundial é extensa e compreende todo o alfabeto. Por isso, a seleção que você confere a seguir não se compromete a ser definitiva. O que fizemos foi vasculhar o catálogo nacional da Netflix e selecionar obras premiadas em grandes festivais ou fortemente elogiadas pela crítica especializada.

Reunimos tanto filmes de nomes já conhecidos do grande público, de Alfred Hitchcock a Woody Allen, como também de diretores com poucos títulos no currículo, mas que estão inseridos no panteão de grandes cineastas por conta de trabalhos já realizados – como é o caso de Julie Taymor (“Frida”) e Steve McQueen (“Shame”).

Nessa lista há títulos de diferentes gêneros e para todos os gostos: dramas, comédias, filmes policiais, entre outros. Além da descrição e trailer, você confere também um comentário sobre a obra em questão (feito por um crítico brasileiro) ou recomendação de um veículo online que discute cinema.

Para assistir ao filme indicado, basta clicar no seu título. Vale lembrar que a plataforma de streaming Netflix oferece acesso gratuito a todo o catálogo durante os primeiros 30 dias.

 1) “Amores Brutos” – Alejandro González Iñárritu

“Duro, cruel, lírico e poético. Muito mais autêntico que ‘Babel’ que, sem desmerecer este grande filme, não possui o mesmo frescor e a certeza de um diretor que filme em seu quintal a história de pessoas que poderiam ser vizinhos sem a pretensão de retratar em um único longa todos os males da globalização e da civilização.” – Estadão

2) “Psicose” – Direção: Alfred Hitchcock

“’Psicose’ possui uma das cenas que considero dentre as três mais famosas da história do Cinema: o assassinato no chuveiro. A cena é perfeita. (…) É uma dança de montagem, tudo perfeitamente acompanhado pelo clássico tema de Bernard Herrmann (…) A ousadia também marca a cena: além de uma dublê nua em certos momentos (nada absurdo, tudo com a sutileza típica de Hitch), nesse filme é que foi pela primeira vez exibido um vaso sanitário nas telas, até então item proibido pela censura.” – Cineplayers

3) “Amnésia” – Direção: Christopher Nolan

“Prepare-se para pensar. Quem curte cinema apenas com um mero entretenimento não deve passar nem perto de ‘Amnésia’, mais que um filme policial, um verdadeiro quebra-cabeças cinematográfico.’ – Cineclick 

4) “A Troca” – Direção: Clint Eastwood

“O parentesco imediato é com ‘Sobre Meninos e Lobos’. Ambos pegam um drama de rapto infantil para discutir transmissão de culpa. E ambos têm criação classicista à moda Eastwood – poucas tomadas, instruções práticas e econômicas aos atores, filmagens que acabam sempre antes do combinado, o que acaba rendendo momentos desiguais de performance do elenco. Em A Troca, porém, pelo próprio momento histórico, Eastwood parece realizar seu filme mais clássico em termos formais – com direito a som quebrado entre planos para dinamizar a exposição.” – Omelete

5) “Seven – Os Sete Crimes Capitais” – Direção: David Fincher

“‘Seven’, especialmente em seu terceiro ato, é um trabalho executado de forma irrepreensível, onde cada detalhe, da edição à trilha sonora, das atuações ao roteiro, do trabalho de câmera à construção narrativa, parece entrar em harmonia de forma rara, formando um todo coeso que gera desconforto, por ser objetivo da história, mas, ao mesmo tempo, encanta e fascina, por ser uma obra de arte em seu mais pleno sentido.” – Cineplayers

6) “Trainspotting” – Danny Boyle 

“O segundo filme da trupe escocesa que colocou o cinema europeu aos olhos do mundo (a saber, o diretor Boyle, o produtor Andrew MacDonald, o roteirista John Hodge e, claro, o ator Ewan McGregor) arrebatou critica e público. Assim como no anterior e também bacana ‘Cova Rosa’, aqui a malandragem vence.” Scream & Yell

7) “O Lutador” – Direção: Darren Aronofsky

“Fascinante não só como estudo de personagens, mas também por seu mergulho nos bastidores da luta livre, ‘O Lutador’ revela que, embora amplamente considerado como um esporte “falso”, esta atividade combina o planejamento do teatro e o sacrifício físico do boxe: os golpes podem até ser combinados com antecedência, mas isto não significa que os lutadores não irão se machucar – e o ringue coberto de sangue é prova disso.” – Cinema em Cena

8) “Senhores do Crime” – Direção: David Cronenberg

“O diretor Cronenberg continua sua boa fase com este intenso e surpreendente drama policial que deu uma indicação ao Oscar como ator para Viggo Mortensen (em seu melhor momento), mas que bem poderia ser lembrado em outras categorias. ” – Rubens Ewald Filho 

9) “Cidade dos Sonhos” – Direção: David Lynch

“Eu fiquei ligado, mas não conseguia distinguir o sentido. Fiquei, como todo mundo, procurando simetrias que não existem. Percebi que existia uma outra lógica aí dentro, de sonho, mas não sabia como ela se dispunha. Foi um texto do Vladimir Safatle, professor de filosofia que pegou o coração do enigma (mas não o eliminou).” – Inácio Araújo

10) “A Conversação” – Direção: Francis Ford Coppola

“Superando alguns problemas iniciais de ritmo, ‘A Conversação’ cresce vertiginosamente para se tornar um dos grandes filmes dos anos 70. As opções de Coppola – como os longos silêncios – a melancólica trilha, o roteiro preciso e as atuações intocáveis constroem esta obra inteligente, realista e intensa. E, provavelmente, graças ao tema da invasão de privacidade, mais atual hoje do que na época de seu lançamento.” – Cineplayers

11) “Cidade de Deus” – Direção: Fernando Meirelles

“A direção de ‘Cidade de Deus’ é primorosa e cheia de recursos. Em certas passagens, é tão pop e inovadora quanto os melhores exemplares hollywoodianos. Em outras, beira o documentário de tão realista. O roteiro, lapidado à exaustão, traz passagens estarrecedoras, capazes de fazer a audiência prender a respiração e afundar-se na cadeira quase como se estivesse num filme de terror.” – Omelete

12) “Snatch – Porcos e Diamantes” – Direção: Guy Ritchie

“Tudo em ‘Snatch’ é ágil, vibrante, quase paranóico. Um prato cheio para a geração que cresceu vendo videoclipes e talvez uma dor de cabeça para os cinéfilos mais tradicionais.” – Cineclick

13) “Gênio Indomável” – Direção: Gus Van Sant

“Matt Damon e Ben Affleck são amigos de infância. Escreveram juntos este filme e batalharam para produzi-lo. Minnie Driver era namorada de Damon durante as gravações. Kevin Smith, amigo da dupla, trabalhou na produção. Coppola, que se tornou admirador de Damon, batalhou para que o filme fosse feito. Em suma: ‘Gênio Indomável’ é o resultado de um trabalho árduo realizado por um grupo de pessoas que se gostam. E é a soma destas pequenas afeições que torna este filme um depoimento tão sincero – e comovente – sobre o valor da amizade.” – Cinema em Cena

14) “O Labirinto do Fauno” – Direção: Guillermo Del Toro

“‘O Labirinto do Fauno’ é um espetáculo visual. A direção madura de Del Toro é aliada a uma fotografia escura e sombria. A direção de arte, bem como os efeitos visuais, assustam e seduzem o espectador da mesma forma. O resultado é o hipnotismo total. A forma lúdica como Del Toro, diretor e roteirista, constrói essa fábula estritamente política é bela e triste ao mesmo tempo.” – Cineclick

15) “Carandiru” – Direção: Hector Babenco

“Graças às interpretações, ‘Carandiru’ consegue imprimir humanismo aos seus personagens – essa a sua vitória mais louvável. Mas durante o seu momento crucial, o episódio do massacre, se sustenta no impacto visual.”- Omelete

16) “Minha Vida Sem Mim” – Direção: Isabel Coixet
“O filme foi produzido pela El Deseo, produtora dos irmãos Agustín e Pedro Almodóvar, e foi dirigido com enorme equilíbrio por Isabel Coixet, uma profissional oriunda do mercado publicitário. A seleção do elenco foi bastante cuidadosa e o resultado é totalmente convincente.” – Omelete

17) “Juno” – Direção: Jason Reitman

“O roteiro de ‘Juno’, escrito pela estreante Diablo Cody, é dinâmico, formado por diálogos certeiros. Na interpretação de Ellen Page – confirmando o talento que havia mostrando em ‘Menina Má.com’ -, torna-se mais rico e atraente ainda, definindo a alma desta comédia. A forma como a protagonista amadurece e conhece o mundo dos adultos por obrigação depois que fica grávida é sutil, porém mostrada de forma bem segura.” –  Cineclick

18) “O Exterminador do Futuro” – Direção: James Cameron

 “(…) ‘O Exterminador do Futuro’ é um clássico do gênero. Contando com um antagonista perfeito, ótimas cenas de ação e um pano de fundo que mistura ficção científica com discussões filosóficas sobre destino e determinismo, esta fita, merecidamente, deu origem a uma franquia que sobrevive até hoje, abrindo passagem para uma continuação que, realmente, mostraria que sequências podem evoluir e muito em relação aos originais.” – Cinema Com Rapadura

19) “O Fabuloso Destino de Amélie Poulin” – Jean-Pierre Jeunet

“O mundo de Jeunet é envolvente e imprevisível, absurdamente francês e feito de inúmeras reminiscências biográficas. Seu grande feito como artista, portanto, é transformar este caldeirão de idéias e referências num espetáculo de tranqüila degustação.” – Folha de S. Paulo

20) “O Verão do Skylab” – Direção: Jolie Delpy
“O projeto parece muito pessoal para Delpy, que inclui a época de sua infância e mesmo seu pai, Albert Delpy, enquanto mistura a antiga geração de atores franceses (Emmanuelle Riva, Bernadette Lafont) com os novos talentos (Vincent Lacoste, Lou Alvarez). O filme é voluntariamente excessivo: as imagens incluem sempre diversos personagens de cada vez, falando ao mesmo tempo, se mexendo em todos os sentidos, enquanto a câmera se desdobra para seguir cada um, com grande respeito e interesse por cada pessoa em cena.” – Adoro Cinema

21) “Frida” – Direção: Julie Taymor

O que importa mesmo é que a evolução da obra da pintora é registrada com precisão, sempre integrada ao desenvolvimento da história. Sem didatismos e com uma montagem deliciosamente inovadora, Julie Taymor ressalta o caráter autobiográfico, quase ególatra dos retratos surrealistas de Frida. – Omelete

22) “O Segredo dos Seus Olhos” – Juan José Campanella
“Thriller político? Policial hitchcockiano? Romance açucarado? ‘O Segredo dos Seus Olhos’, do argentino Juan José Campanella, é tudo isso e mais um pouco. (…) é o melhor filme do diretor e traz a marca mais evidente de seu estilo: uma nostalgia romântica e lúdica.” – Folha de S. Paulo

23) “Guerra ao Terror” – Direção: Kathryn Bigelow

“Não só escolher desconhecidos e jovens para os papéis principais, como também relegar os famosos e os ‘adultos’ a participações especiais, é fundamental para o que ‘Guerra ao Terror’ propõe: retratar a guerra não como um espetáculo spielberguiano, uma passagem obrigatória à maioridade, mas como uma espécie de purgatório, um serviço da mais baixa escala do trabalho que eventualmente é executado – por caipiras, negros, latinos, suicidas – com alguma dignidade.” – Omelete

24) “Bicho de Sete Cabeças” – Laís Bodanzky
“(…) a grande força do filme reside, sem a menor sombra de dúvida, na poderosa performance de Rodrigo Santoro, que retrata com eficiência o arco dramático percorrido por seu personagem: de adolescente inconseqüente e alienado a um adulto amargurado e marcado por experiências traumáticas.” – Cinema em Cena 

25) “Anticristo” – Direção: Lars Von Trier
“‘Chocar’, aliás, é uma palavra perfeita para determinar uma das intenções de von Trier com seu filme. Ele consegue realizar o que parecia irrealizável, um torture-porn psicológico de arte.” – Omelete

26) “Precisamos Falar Sobre Kevin” – Direção: Lynne Ramsay

“Este não é um filme fácil de se ver. E até pode gerar um sentimento de culpa. As interpretações, a direção, a história são tão boas que, eventualmente, alguém pode se sentir mal por conta do prazer cinematográfico que tudo isso gera, em contrapartida ao tema espinhoso.” – Cineweb

27) “Touro Indomável” – Direção: Martin Scorsese

“(…) Touro Indomável é um filme sobre fúria, conseqüências e uma felicidade que o dinheiro não pode comprar. Dentro dos ringues, Jake era um monstro imbatível. Fora dele, um ser humano como qualquer outro, com seus defeitos e problemas.” – Cineplayers

28) “Sangue Negro” – Direção: Paul Thomas Anderson

“Numa primeira visão, é difícil dissecar bem o que torna o filme tão forte e fascinante, mesmo com um protagonista sociopata. Este é um filme para rever, já consciente de sua grandeza. O que explica o fato de que foi indicado ainda ao Oscar de filme, direção, direção de arte, edição de som, roteiro adaptado e montagem. Levou o prêmio de fotografia, para Robert Elswit (‘Boa Noite e Boa Sorte’ e ‘Syriana’).” – Rubens Ewald Filho

29) “Tudo Sobre Minha Mãe” – Direção: Pedro Almodóvar

“Almodóvar opõe tolerância a naturalidade ao falar sobre seu filme: a tolerância envolve um elemento moral de aceitação, mas com um fundo de preconceito embutido; a naturalidade, ao contrário, implica toda a positividade do ato humano, todo o aspecto feminino da lógica de Almodóvar.” – Contracampo

30) “Pulp Fiction” – Direção: Quentin Tarantino

“Se é possível pensar em ‘Pulp Fiction – Tempo de Violência’ como o melhor Quentin Tarantino é porque ali existe algo de amador. No bom sentido. Quentin ainda é inexperiente para cuidar de cada plano que filma como se fosse um filho. Mas seu humor é o melhor.” – Inácio Araújo

31) “Gladiador” – Direção: Ridley Scott

“‘Gladiador’ traz de volta, com méritos, os filmes sobre a era romana. Ridley Scott conseguiu remontar uma cidade e uma época como poucos poderiam fazer. Crowe está muito bem no papel principal e a bela Connie Nielsen (Lucilla- irmã de Commodus) dá o toque feminino que coroa as belíssimas cenas do extinto Império Romano.” – Omelete

32) “Era Uma Vez no Oeste” – Sergio Leone

“‘Era Uma Vez no Oeste’ é um monumento do cinema. Um dos filmes mais importantes e representativos, junto a ‘Bonnie and Clyde’ (Arthur Penn, 1967), ‘Meu Ódio Será Sua Herança’ (Sam Peckinpah, 1969) e ‘O Poderoso Chefão’ (Francis Ford Coppola, 1972), daquela época cinzenta.” – Folha de S. Paulo

33) “Onde Vivem os Monstros” – Direção: Spike Jonze

“Jonze conta essa jornada existencial com profundidade e belas imagens, assinadas pelo diretor de fotografia Lance Acord (‘Maria Antonieta’, ‘Encontros e Desencontros’), que valorizam não apenas a luz natural com também a câmera na mão, que confere leveza ao filme. Tal qual Wes Anderson e seu ‘O Fantástico Sr. Raposo’, o diretor reinventa uma história infantil já clássica e a transforma em algo novo, sem deixar de lado o espírito original da obra.” – Cineweb

34) “Shame” – Direção: Steve McQueen

“Verdadeiro, intenso, antenado como poucos no modo de viver urbano e contemporâneo, ‘Shame’ é um desses filmes que ficam na memória, inscrevendo uma espécie de marca a ferro e fogo na esteira desses personagens tão humanos que são Brandon e Sissy. Que magníficos atores são Michael Fassbender e Carey Mulligan.” – Cineweb

35) “Minority Report” – Direção: Steven Spielberg

“A trama é inteligente, bem amarrada e repleta de intrigantes paradoxos. A fotografia do polonês Janusz Kaminski (o mesmo de ‘A Lista de Schindler’) usa tonalidades frias e azuis, conferindo a ‘Minority Report’ uma atmosfera onírica, levemente delirante.” – Cineclick

36) “Desconstruindo Harry” – Direção: Woody Allen

“(…) o grande destaque fica mesmo por conta da estrutura narrativa adotada pelo roteiro. Sua apresentação das situações abordadas neste filme é tão complexa que ele merece ser visto mais de uma vez apenas para que possamos compreender todas as nuanças de seus mais de 20 personagens.” – Cinema em Cena 

37) “Moonrise Kingdom” – Direção: Wes Anderson

“Fortes sentimentos contidos, inadequação e melancólica doçura, registrados com uma composição cheia de simetrias, texturas e movimentos de câmera calculadíssimos. Esse é o trabalho de Wes Anderson, cineasta que divide opiniões – mas que tem em sua cinematografia uma incontestável coerência.” – Omelete