Chinelos de borracha descartados se transformam em esculturas
Eles fazem uma festa de cores nos pés das pessoas, especialmente na praia. Mas você já se perguntou onde vão parar depois de abandonados? Em geral ficam pelo litoral mesmo, mas não protegendo as solas do calor da areia, e sim poluindo as águas dos mares. No entanto, uma empresa do Quênia, na África, encontrou uma forma de dar continuidade ao balé colorido dos chinelos de borracha descartados, sem que eles danifiquem o ambiente: a Ocean Sole os transforma em esculturas de animais, além de brinquedos e outros utensílios.
A iniciativa começou pelas mãos da bióloga Julie Church, que, em 1999, observou que crianças de Kiwayu, ilha do litoral leste do Quênia, usavam velhas sandálias para fazer brinquedos.
Julie, então, começou a encorajar as mães dos pequenos a coletar aquele material que poluía – e polui – o Oceano Índico que banha a região. Pelo mar, os chinelos chegam do Oriente Médio, do sul da Ásia e da Australásia.
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Em 2005, a empreendedora fundou a Ocean Sole. A empresa compra os calçados coletados, pagando por quilo, e os transforma em novos objetos, com destaque para as grandes esculturas em formas de bichos.
Os chinelos, ou “flip-flops” em inglês, são lavados com detergente ecológico e agrupados por cores. Já nas mãos dos artesãos, os pedaços de borracha – do tipo EVA, muito utilizada na fabricação de calçados – são colados para formar blocos que constituem a base das esculturas. Depois de cortados e moldados nos formatos desejados, os objetos são ainda polidos para ganhar suavidade em sua superfície.
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A Ocean Sole já recicla mais de 500 mil chinelos de borracha por ano, empregando cerca de 900 quenianos em toda a sua linha de coleta e produção. Em um dia de trabalho, são fabricados entre seis e oitro animais, como girafas, golfinhos, leões, tartarugas.
Muitos dos artefatos são vendidos pelo site da organização, que também recebe doações e conta com o apoio da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, presidente da GranBio e especialista em soluções sustentáveis.