Entenda rapidamente a guerra de Maduro e Bolsonaro na fronteira

22/02/2019 08:27 / Atualizado em 29/05/2020 19:28

A crise na fronteira da Venezuela é a principal seleção de notícias hoje do Canal Meio, mostrando os perigos de um conflito armado com o Brasil.

Nicolás Maduro elevou em muitos graus a temperatura das relações com o governo brasileiro ao fechar na noite de ontem a fronteira entre Venezuela e Brasil.
Grupos de venezuelanos que entraram em Roraima pouco antes das 20h (horário local) foram informados pela Guarda de fronteira de que não poderiam retornar.
O objetivo do presidente é impedir a saída de comboios para buscar ajuda humanitária aqui e na Colômbia, cuja fronteira também foi fechada.

O governo brasileiro informou, porém, que o envio está mantido. Aviões da FAB levarão para Boa Vista 22,8 toneladas de leite em pó e 500 kits de primeiros socorros. (Globo)

Antes que a fronteira fosse fechada, venezuelanos invadiram o comércio de Pacaraima (RR) à procura de mantimentos. Lojistas locais tiveram dificuldade em repor os produtos, tamanha a velocidade das vendas.
O governador de Roraima, Antônio Denarium (PSL), disse temer desabastecimento de combustível, energia e insumos agrícolas no estado, caso o fechamento seja mantido.

O vice-presidente Hamilton Mourão descartou na noite de ontem a possiblidade de o Brasil ‘atravessar a fronteira’ com a Venezuela. “Isso não existe”, declarou.
Mourão vai representar Bolsonaro na reunião do Grupo de Lima, que acontece na segunda-feira, em Bogotá, para discutir a crise. (Estadão)

Na Venezuela, integrantes da Guarda Nacional Bolivariana, chavista, atacaram com bombas de gás uma caravana com o presidente do Congresso e autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó.
O grupo se dirige à fronteira com a Colômbia para buscar a ajuda humanitária. Apesar do ataque, a caravana seguiu seu caminho.

Míriam Leitão

: “A visão do Brasil é que a tensão está na divisa entre Colômbia e Venezuela. Das várias coisas estranhas desta crise, uma é o reconhecimento de Juan Guaidó como presidente da Venezuela, que de fato ele não é. Maduro convocou as milícias bolivarianas a ficarem de prontidão. A suspeita é de que eles estejam se preparando para atacar e saquear os caminhões caso entrem em solo venezuelano. Já que Guaidó tem voluntários, mas não o poder da força. No Brasil há outro perigo. Se deixado apenas com o Itamaraty de Ernesto Araújo, de ideologia delirante, podem ser tomadas decisões que ponham o Brasil em risco. Faz bem o governo de mandar o vice-presidente, Hamilton Mourão, junto com o chanceler, para Bogotá. Todo o cuidado é pouco neste momento de tensão extrema.” (Globo)