Folha faz melhor investigação da piora da saúde de Jair Bolsonaro
Nenhum assunto causa hoje tanto suspense como a saúde do presidente Jair Bolsonaro.
Afinal, ele deveria ter saído do hospital na quarta-feira, depois foi anunciado segunda e, agora, não tem mais data.
Não está descarta nova cirurgia.
Ainda mais com o registro de uma febre provocada por infecção hospitalar
Quem fez a melhor investigação sobre é a repórter da Folha, Cláudia Collucci, especialista em saúde, ouvindo especialistas e colocando em dúvida os boletins médicos oficiais.
Publico aqui um pequeno trecho da reportagem publicada hoje, com duas opiniões importantes ouvidas por Cláudia.
Título do texto: “Quadro de Bolsonaro requer cuidado após série de imprevistos, dizem médicos”
Cirurgião Diego Adão Fanti Silva, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), para quem a maior preocupação agora são infecções hospitalares.
“O fato de o paciente estar recebendo antibióticos de amplo espectro e internado em um ambiente onde existem bactérias resistentes e fungos [hospitais e UTIs, de um modo geral] aumenta o risco de apresentar uma infecção adquirida no hospital por germe multirresistente. Esse risco é ainda maior quando o paciente possui dispositivos invadindo seu corpo, como sondas e cateteres”, afirma.
Mesmo que tudo evolua bem e Bolsonaro receba alta, ainda há mais riscos pela frente. O de aderência, por exemplo, ficará com o presidente para sempre.
avaliação
Cirurgião Carlos Sobrado, professor de coloproctologia da Faculdade de Medicina da USP:
“Se fossem só questões referentes à manipulação cirúrgica, só um abcessozinho, se as alças estivessem totalmente íntegras, qual o problema de se dar para ele suco, canja, sagu, gelatina, sopa? É sinal que deve ter alguma coisa que não está tão bem”