Google não entende piada e faz Zé de Abreu presidente do Brasil

Por: Redação

Se alguém digitar no Google presidente do Brasil e procurar nas imagens, vai ter uma surpresa.

Lá está o ator Zé de Abreu como se fosse presidente do Brasil.

É resultado do nome do ator aparecer várias vezes em diferentes fontes como presidente.

Caso você seja um estrangeiro sem conhecer o Brasil, é capaz de ficar confuso.

O Google apenas mostra como a piada de Zé de Abreu viralizou. Em nota, a empresa explica o que houve: “Nossa missão com a Busca é fornecer às pessoas informações e imagens relevantes de fontes confiáveis sempre que possível. Quando você digita uma palavra-chave, nossos sistemas procuram por páginas na internet que sejam relevantes sobre aquele termo ou frase buscada. Como essas notícias foram publicadas por sites da mídia e contêm palavras relevantes para a pesquisa, as imagens desses artigos começaram a ser relacionadas. No caso do Google Imagens, incluímos legendas que oferecem contexto sobre a origem de uma determinada imagem e a razão dela ser relevante para sua busca.”

A piada teve “reconhecimento” de Lula e Dilma Rousseff.

Agora, ele amplia a brincadeira.

“Conclamo o povo brasileiro para comparecer ao Aeroporto Antonio Carlos Jobim-Galeão, na próxima 6a feira, dia 8, as 18 horas, para minha posse como PRESIDENTE AUTOPROCLAMADO DO BRASIL. Recuperemos a dignidade do nosso país exigindo imediato afastamento do presidente escatológico”, postou o ator José de Abreu.

Inspirado em Guaidó, na Venezuela, o ator de proclamou presidente do Brasil

Ele defende o impeachment de Bolsonaro

Vou repetir um comentário aqui.

Esse deboche de Zé de Abreu tem um lado sério.

Expressa uma reação aos absurdos de Bolsonaro.

Por exemplo: para atacar o Carnaval, o presidente postou um vídeo pornográfico, transgredindo as regras das redes sociais.

Na lógica do absurdo, gerou a hashtag #impeachment Bolsonaro”.

Repito aqui minha coluna.

O site 247 transmitiu o primeiro pronunciamento oficial do presidente autoproclamado Zé de Abreu.

Da sua cela, Lula não apenas gostou da brincadeira como decidiu se declarar “cabo eleitoral”, enviando um bilhete ao site.

Esse bilhete bem-humorado foi escrito dias antes da morte do Arthur, neto de Lula.

Não é apenas uma brincadeira.

O ator Zé de Abreu conseguiu virar – e certamente não imaginava – um resposta aos absurdos do governo Bolsonaro.

Até Dilma Rousseff, tão massacrada nas redes, conseguiu fazer sucesso reconhecendo Zé de Abreu como presidente.

Em muitos casos, só mesmo levando no deboche, tantos são os absurdos disseminados pela família Bolsonaro, ministros do Vélez, Ricardo Salles, Damares, Ernesto Araújo.

Só o fato de a família ter como guru uma fraude intelectual como Olavo de Carvalho já é um deboche.

Como reagir a um jovem como Carlos Bolsonaro que, autorizado pelo pai, chama um ministro de “mentiroso”?

Detalhe: quem mentiu foi Carlos e seu pai, como se descobriu depois.

Como reagir a um Eduardo Bolsonaro que orienta publicamente professores sobre o que ensinar em sala de aula.

Justo ele que escreve “posso” no lugar de “poço”.

Ou a um ministro que manda tocar o hino nacional depois de uma leitura de mensagem com slogan de campanha de Bolsonaro.

Como reagir a um responsável pela maior prova do Brasil (Enem) que escreve “cidadões”?

E a desculpa de Fabrício Queiroz de que ele tomava dinheiro dos assessores para ajudar Flávio Bolsonaro? E sem que ele soubesse.

O ministro que, em seu currículo, dizia ter diploma em Yale, sem nem saber direito onde fica essa universidade?

O que dizer quando o ministro das Relações Exteriores afirma que aquecimento global é uma farsa?

Ou a criação de uma Lava Jato da Educação baseada apenas na vontade de fazer marketing?

Como comentar o fato de o todo-poderoso Sérgio Moro ser obrigado a demitir uma suplente de um conselho consultivo (sem poder nenhum) apenas por que os filhos do presidente não gostaram?

Poderia ficar páginas e mais páginas para dizer que, na era Bolsonaro, a piada de Zé de Abreu é, muitas vezes, a melhor resposta.

Não é questão de direita ou esquerda.

Mas de alucinação versus bom senso.