A luta da propaganda contra o racismo
Neste último final de semana a atitude do jogador brasileiro Daniel Alves deu um drible de craque no racismo e surpreendeu a todos, com ironia e bom humor. Ao posicionar a bola para cobrar o escanteio, um torcedor jogou-lhe uma banana, que caiu no gramado, um ato terrível que não precisa de tradução.
Daniel Alves não esbravejou, não gesticulou e nem sequer reclamou com o juiz, mas simplesmente comeu a fruta antes de dar prosseguimento a partida entre Barcelona e Villarreal, na Espanha. A reação do maior jornal espanhol foi emblemática: “Dani Alves comeu a banana como quem engole o racismo”. (Se você ainda não viu, confira aqui)
Mais tarde, utilizando a sua faraônica popularidade nas redes sociais, o atacante Neymar, companheiro de clube de Daniel Alves, deu o start para a campanha #somostodosmacacos, imediatamente abraçada pelo público e por celebridades de todos os calibres e segmentos. Agora se sabe, a ação foi pensada pela agência de propaganda Lodducca e estava à espera do momento certo.
- Por que não pode faltar magnésio no seu prato?
- 3 razões para usar a influência de atletas no engajamento de campanhas durante as Olímpiadas
- Racismo ambiental: você sabe o que é?
- 43 filmes e séries chegam na Netflix em junho; confira!
Não cabe entrar no mérito do timing da campanha ou seu impacto, especificamente nesse caso. Mas nunca é demais lembrar que a propaganda também pode ser uma arma poderosa contra essa temerosa praga social representada pelo racismo. Confira abaixo algumas ações interessantes que abordam esse delicado tema:
A campanha da UNICEF, que você verá abaixo, tem um texto matador para falar sobre os impactos do racismo. Não à toa, já foi premiada em Cannes com um Leão de Bronze. “O risco de Thiago ser assassinado é quase 3 vezes maior que o de outras crianças. Só que Thiago não sabe disso. Nem desconfia que não vai chegar aos 18 anos. Só sabe que as pessoas olham para ele de um jeito diferente. Ou desviam o olhar quando ele passa. Mas por que justo o Thiago? Por que ele não tem os mesmos direitos que as outras crianças? A resposta é simples. Porque ele não tem a mesma cor de pele do menino da foto abaixo.
Esse anúncio do TED mostra brancos e negros, separadamente, atravessando a mente de Martin Luther King Jr – ativista dos direitos civis dos negros nos EUA –para saírem unidos do outro lado. A criação é da Ogilvy & Mather, da Argentina.
A Liga Internacional contra o Racismo e o Antissemitismo também resolveu usar o impacto para abordar a causa e mostrar que a cor da pele não deve ditar o futuro das pessoas. Confira:
Para a Afropress, a Publicis Brasil criou essa abordagem forte nas ruas. A mensagem é clara e contundente: “se eu fosse assim você me olharia de outra forma”.
Por Renato Rogenski, Editor-chefe do Portal Adnews